Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Vera, Andrea Soledad Roca |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-26052014-101850/
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Resumo: |
No Chile, país de terremotos, a surpresa foi total quando multitudinários saques a estabelecimentos comerciais começaram logo depois do megassismo que atingiu, na madrugada de sábado 27 de fevereiro de 2010, Concepción, a terceira maior área metropolitana do país. Organizaram-se nos bairros estratégias de autodefesa por temor aos rumores sobre a chegada de saqueadores. Para se restabelecer a ordem social, foi decretado Estado de Exceção. Este estudo exploratório e qualitativo busca enxergar a relação entre terremoto, violência coletiva e insegurança urbana com base nos depoimentos de homens e mulheres que entrevistamos em Concepción dois anos depois do cataclismo. Inspirados no debate teórico sobre a memória coletiva, analisaremos os silêncios e olvidos que fazem parte dos testemunhos; assim, iremos interrogar o caráter inédito que os entrevistados, mas também acadêmicos e autoridades, outorgaram aos saques pós-terremoto, que, como iremos ver, foram interpretados como sintoma do deterioramento moral da sociedade chilena sob o regime neoliberal. Por intermédio de diferentes registros do passado, buscaremos rastros sobre conflitos sociais e políticos em outros momentos da história telúrica nacional. Sobre os episódios de 2010 em específico, e seguindo os trabalhos de Charles Tilly e Javier Auyero, apresentamos numa escala microespacial alvos, dinâmicas e repertórios dos saques conforme as rememorações dos consultados, entre eles, donos de lojas vitimizados pela multidão. Por fim, para indagar o deslocamento do medo do terremoto ao medo dos outros, chamaremos a atenção sobre os modos pelos quais são representados diferentes bairros da cidade e o papel dos rumores. |