Melmoth the Wanderer, um sermão gótico irlandês

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Brito, Fernando Bezerra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-18092013-112228/
Resumo: Neste trabalho, desenvolvemos uma reflexão sobre uma das principais obras do romance gótico e da prosa de ficção romântica em língua inglesa Melmoth the Wanderer (1820), do clérigo dublinense Charles Robert Maturin (1782-1824). Buscamos analisar Melmoth como um sermão gótico irlandês, isto é, um híbrido de romance gótico e sermão sacro, cuja forma é estruturada pelo contexto sócio-histórico da Irlanda do início do século XIX, época caracterizada pelo acirramento das tensões entre católicos e protestantes. Nessa análise, consideramos também a produção sermonística e ensaística do autor. A religião, que se mostra o princípio organizador do romance, foi entendida em sua natureza dialética entre o eterno, as doutrinas teológicas e suas proposições transcendentais, e o temporal, a práxis dos fiéis no mundo. Demonstramos como o escritor-reverendo utiliza uma série de procedimentos retórico-argumentativos da oratória sagrada na tessitura do romance a fim de amplificar o seu grau persuasivo, transformando-o em arma de propaganda política contra a campanha pela Emancipação Católica. Discutimos ainda a fortuna crítica e a recepção do romance em vários países europeus, em especial na França, onde influenciou sobremaneira escritores como Honoré de Balzac, Victor Hugo e Charles Baudelaire.