Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Pedro Henrique Felix |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58132/tde-06112024-163745/
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Resumo: |
O objetivo geral deste estudo foi analisar se a periodontite, durante a gestação, associada ou não à suplementação pré-natal e perinatal com probiótico (PROB), afeta a susceptibilidade da prole à perda óssea alveolar quando desafiada ou não com Porphyromonas gingivalis w83 na vida adulta. Foram utilizados 64 camundongos prenhes divididos em 4 grupos (n=16): CM (animais sem DP e não tratados com probióticos); DPM (animais com DP e não tratados com probióticos); CMP (animais sem DP e tratados com probióticos) e DPMP (animais com DP e tratados com probióticos). A prole concebida por cada um destes grupos foi dividida em 2 subgrupos: P1 (sem indução de DP; n=24) e P2 (com indução de DP; n=24). Após o acasalamento e confirmação da prenhez, os animais dos grupos DPM e DPMP receberam gavagens com 5x109 unidades formadoras de colônias (UFC)/mL de Porphyromonas gingivalis w83 durante 37 dias. Nos animais da prole (subgrupos P2), a DP foi induzida seguindo o mesmo protocolo adotado para os grupos DPM e DPMP, sendo as gavagens realizadas durante 21 dias. Os animais dos grupos CMP e DPMP receberam 1 x 109 UFC/mL de Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019 administrados na água durante 56 dias, com início 14 dias antes do acasalamento. No 40º dia experimental (19º dia de prenhez), 8 animais de cada um dos grupos maternos CM, CMP, DPM e DPMP foram submetidos à eutanásia para coleta de líquido amniótico e tecido placentário. Os demais animais dos grupos CM, CMP, DPM e DPMP foram submetidos à eutanásia no 63o . dia do experimento. Os animais dos subgrupos P1 e P2 foram submetidos à eutanásia 63 dias após o nascimento. Foram avaliados: 1) perfil imunoinflamatório (IL-6, TNF-α, INF-γ, IL-10, IL-1β, IL-8) presente nos tecidos periodontais e líquido amniótico por meio de ensaios imunoenzimáticos (Luminex); 2) composição microbiana intestinal e bucal por meio de sequenciamento metagenômico do gene 16S; 3) expressão imunofluorescente de DNA metiltransferase 3b (DNMT3b), acetilação de histonas 3 e 4 (AcH3 e AcH4), e-caderina, molécula de adesão juncional (JAM) e receptores do tipo Toll (TLR-2 e TLR-4) nos tecidos intestinais, placentários e periodontais; 4) severidade da inflamação presente na região interproximal do 2º. molar superior por meio de análises histomorfométricas; 5) perda óssea alveolar na região de 2o. molar superior por meio de microtomografia computadorizada por raio-x (Micro-CT). Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística (p<0,05). No líquido amniótico, no 19° dia de prenhez, o grupo DPM demonstrou menores níveis de IL-4 e IL-10, bem como maiores níveis de IL-1β, IL-17, IL-8, INF-γ e TNF-α quando comparado aos grupos CM e CMP (p<0,05). O grupo DPMP apresentou menores níveis de IL-1β quando comparado ao grupo DPM (p<0,05). No tecido placentário, o grupo DPM apresentou menor expressão de DNMT3b, e-caderina e JAM, bem como maior expressão de H3Ac, H4Ac TLR-2 e TLR-4 quando comparado aos grupos CM, CMP e DPMP (p<0,05). O grupo DPMP não apresentou diferenças significativas nesses marcadores quando comparado ao grupo CM (p>0,05). Uma menor expressão de TLR-2 e TLR-4 foi observada no grupo DPMP quando comparado ao grupo DPM (p<0,05). Aos 63 dias experimentais, considerando os grupos maternos, foi observado que o grupo DPMP apresentou menor perda óssea alveolar e de inserção conjuntiva quando comparado ao grupo DPM (p<0,05), bem como maiores expressões de e-caderina e JAM e menores níveis de IL-1β, IL-17, TNF-α, DNMT3b e H3Ac nos tecidos periodontais (p<0,05). Nos tecidos intestinais, o grupo DPMP, quando comparado ao grupo DPM, apresentou maior altura de vilosidades, menor expressão de H3Ac e H4Ac e maiores expressões de e-caderina e JAM (p<0,05). Nos grupos prole P1, não foram observadas diferenças significativas no volume ósseo e no nível de inserção conjuntiva entre todos os grupos experimentais. Contudo, o grupo DPM-P1 apresentou, nos tecidos periodontais, maior expressão de DNMT3b, H3Ac e TLR-2, bem como menor expressão de JAM quando comparado aos demais grupos P1 (p<0,05). Nos tecidos intestinais, o grupo DPM-P1 apresentou maior expressão de DNMT3b, H3Ac e TLR-2, bem como menor expressão de JAM quando comparado aos grupos CM-P1 e CMP-P1 (p<0,05). Nos grupos prole P2, o grupo DPMP-P2 apresentou maior volume ósseo e menor perda de inserção conjuntiva quando comparado ao grupo DPM-P2 (p<0,05). O grupo DPMP-P2 apresentou menor expressão de DNMT3b e de H3Ac nos tecidos periodontais e intestinais, bem como maior altura de vilosidades intestinais e maior expressão de JAM no intestino delgado quando comparado ao grupo DPM-P2 (p<0,05). Os principais resultados obtidos na análise do microbioma oral e intestinal foram: i) Grupos maternos - foram observadas diferenças (p<0,05) nas comparações CM vs DPM (diversidade beta - intestinal), CM vs CMP (diversidade beta - oral e intestinal) e DPM vs DPMP (diversidade beta - intestinal); ii) Grupos prole P1 - foram observadas diferenças na nas comparações DPM-P1 vs CM-P1 (diversidade beta - intestinal), CM-P1 vs CMP-P1 (diversidade alfa e beta - intestinal) e DPM-P1 vs DPMP-P1 (diversidade alfa e beta - intestinal); iii) Grupos prole P2 - foram observadas diferenças na nas comparações CM-P2 e DPM-P2 (diversidade beta - oral e intestinal), CM-P2 vs CMP-P2 (diversidade beta - oral e intestinal) e DPM-P2 vs DPMP-P2 (diversidade beta - intestinal). Pode-se concluir que i) o desafio com P. gingivalis w83 durante a gestação promoveu alterações microbiológicas, imunológicas, de barreira tecidual e epigenéticas nos ambientes intestinal e periodontal maternos e da prole; ii) a prole advinda de mães submetidas ao desafio com Porphyromonas gingivalis w83 durante a gestação foi mais susceptível à perda de tecidos periodontais quando desafiada na vida adulta com Porphyromonas gingivalis w83; iii) a suplementação probiótica pré-natal e perinatal modulou padrões microbiológicos, imunológicos, de barreira tecidual e epigenéticos nos tecidos periodontais e intestinais maternos e da prole, bem como reduziu a susceptibilidade da prole à destruição periodontal quando desafiada com Porphyromonas gingivalis w83 na vida adulta. |