Laboratório de Mudança na Polícia Militar de Santa Catarina: mapeando e enfrentando contradições na atividade e suas manifestações nos espaços de trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Schüler, Márcia Elizabéte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-13052024-115847/
Resumo: Introdução: A atividade de policiais militares tem sido objeto de investigações científicas que indicam tratar-se de um trabalho carregado de tensões que impactam sua segurança, seu bem estar e sua saúde, sendo constatada uma correlação entre essa atividade e o adoecimento mental desses profissionais. A base e a demanda da pesquisa têm relação com essa temática específica e busca entender as razões organizacionais por trás desses fenômenos. Este estudo aborda as hipóteses de contradições identificadas no Sistema de Atividade (SA) da Polícia Militar (PM) e apontadas pela prática do método de intermediação formativa, conhecido por Laboratório de Mudança (LM), junto a um Batalhão da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), Brasil. Objetivo: Descrever as hipóteses de contradições identificadas pelos trabalhadores participantes da pesquisa, compreender suas influências no surgimento de problemas por eles reconhecidos e estimular a proposição de planos coletivos de ações transformativas da atividade. Método: Consiste em uma pesquisa de cunho qualitativo que segue os passos daquilo que o método LM preconiza. A primeira fase compreende uma negociação para a viabilização da pesquisa. A segunda etapa etnográfica visa conhecer o SA da PMSC selecionada como uma unidade de análise que envolve visitas e observações do trabalho, entrevistas abertas, elaboração de quadros históricos e encontros coletivos para falar sobre a atividade. Os dados coletados na etapa etnográfica são utilizados como estímulos para o debate e formulação coletiva de propostas de transformações na atividade. A terceira fase inclui a realização de oficinas e sessões preconizadas na prática do método do LM, e planejadas a partir do ciclo de aprendizagem expansiva. Resultados: Os discursos dos participantes possibilitaram a identificação de contradições históricas que impactam o Sistema de Atividade da PM e apontam para problemas que influenciam negativamente no desenvolvimento de suas atividades bem como nas ações expansivas de aprendizagem. Além de seu lugar num dos vértices do SA, os espaços e ambientes físicos destinados ao trabalho podem se constituir em manifestações dessas contradições apontadas pelo discurso ao longo de toda a pesquisa. Conclusões: Este estudo contribui com a produção de conhecimento acerca da formulação de contradições manifestadas discursivamente, as quais envolvem o Sistema de Atividade, ajudando a explicar a insatisfação e os sentimentos negativos relacionados ao trabalho. Ao serem trazidas à luz, revelam problemas que podem vir a ser objetos de análise e transformações protagonizadas pelos trabalhadores. Os espaços oferecidos para o trabalho, ou a sua inexistência, os quais foram desvendados pelo discurso, são trazidos à tona quando analisados dentro do contexto de manifestações de contradições do SA.