Área de vida e uso de habitat por fêmeas de veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) nos diferentes períodos reprodutivos, no Pantanal Sul-Matogrossence

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Versiani, Natalia Fraguas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-30052011-082815/
Resumo: As populações de veado-campeiro vêm sofrendo constantes ameaças, principalmente pela caça excessiva e destruição de seu habitat. A escassez de conhecimento sobre a biologia da espécie dificulta a elaboração de diferentes formas de manejo. Assim, há necessidade de estudos básicos para a instituição de programas para a conservação do veado-campeiro, principalmente no Brasil. O presente estudo teve como objetivos estimar o tamanho da área de vida de fêmeas de veado-campeiro, além de quantificar e comparar o uso de habitat pelas mesmas nos períodos reprodutivos e não-reprodutivos no Pantanal Sul-Matogrossense. Foram utilizadas quatro fêmeas de veado-campeiro em vida livre marcadas com colares de GPS modelo ATS® G2110, as quais tiveram suas localizações registradas a cada 13 horas por um período de aproximadamente 12 meses. Os cálculos para área de vida foram feitos através do programa ArcView® GIS versão 3 Extensão Animal Movement, usando os métodos do Mínimo Polígono Convexo (MPC) com 100% das localizações, e Kernel fixo com 95%, 70% e 50% de probabilidade de uso, sendo os dois últimos para estimativas dos centros de atividade. As fêmeas tiveram uma área de vida anual média de 549,88ha ± 124,76 quando estimado pelo MPC e 258,69ha ± 34,54 quando estimado por Kernel com 95% de probabilidade de uso. Quanto às áreas de uso mensais por status reprodutivo, não houve diferença significativa entre os meses (p > 0,05), evidenciando apenas uma pequena diminuição no tamanho das áreas de vida durante o período de aleitamento e um aumento nas épocas de acasalamento. Os habitats foram estabelecidos pelo tipo de vegetação predominante na área e foram caracterizados por imagem de satélite Landsat-5 e verificação in loco da região de estudo. Para verificar se houve uso desproporcional entre as categorias de habitats em relação à disponibilidade em suas respectivas áreas de vida foi usado o teste qui-quadrado de qualidade de ajustamento (chi-square goodness-of-fit test) e posterior estimativa do intervalo simultâneo de confiança de Bonferroni. Na análise anual, os habitats campo e baía foram selecionados, apesar deste último ser o menos abundante, enquanto floresta e caronal foram evitados pelas fêmeas de veado-campeiro. No entanto, ao analisarmos a seleção de habitat mensalmente para comparar o uso entre os diferentes status reprodutivos, o habitat campo tendeu a ser preferido, mas seu uso foi igual ao disponível em todos os períodos. Sendo assim, este estudo elucidou algumas informações sobre a ecologia do veado-campeiro, a fim de facilitar o desenvolvimento de programas de conservação para a espécie.