Entre Piglia e Renzi: por uma genealogia afetiva de Los diarios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tarifa, Letícia Bachani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-23052023-191902/
Resumo: Esta dissertação analisa o primeiro volume de Los diarios de Emilio Renzi: años de formación, escrito pelo argentino Ricardo Piglia. Procura, neste diário de feições tanto biográficas quanto ficcionais, entre Piglia e Renzi, portanto, verificar a possibilidade da manifestação literária do íntimo que aponte para a existência de uma genealogia afetiva do narrador, para além das genealogias literária e familiar. Para tanto, são levantadas algumas das personagens mulheres presentes no livro e são analisados os aspectos do fazer literário a que elas remetem. O procedimento realizado pela pesquisa é o de desmontagem do texto com posterior remontagem visando temas parelhos. Deste modo, este trabalho analisa a forma discursiva, a estrutura e os procedimentos literários adotados no texto e que indicam o controle do narrador sobre o material. Em seguida são analisadas as genealogias familiar e literária e prescrutada ali a possibilidade de uma abertura para o afetivo, manifestada pontualmente em átimos textuais. Sobretudo nos casos em que o narrador de Piglia procura capturar pela escritura as mulheres pelas quais está emocionalmente envolvido, é possível observar as manifestações de momentos breves e cintilantes em que a intimidade parece sobressair-se. Por se tratar de um livro cuja figura autoral está sempre a orbitar o enredo, a identificação do afeto como um dos eixos organizadores do tempo de formação do narrador aponta, portanto, para uma renovação do debate a respeito da presença do autor no texto.