Dieta proteica e transcriptômica de tecidos associados à resposta imune de ovinos infectados por Haemonchus contortus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Chaves, Camila de Miranda e Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
L3
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64134/tde-28092022-145626/
Resumo: Objetivou-se com este trabalho avaliar os efeitos da proteína da dieta no desempenho animal, digestibilidade da dieta, produção de metano entérico, balanço de nitrogênio, perfil hematológico e bioquímico, detecção de Imunoglobulina G, contagem de ovos por grama de fezes (OPG), rendimento de carcaça e transcriptoma do linfonodo, em ovinos infectados artificialmente com Haemonchus contortus. Foram utilizados 32 cordeiros da raça Santa Inês, divididos em dois tipos de dieta (baixo teor com 12% e alto teor com 19% de proteína bruta) e dois estados sanitários (com e sem infecção por H. contortus), formando quatro tratamentos: alta proteína controle (AC, n=7), baixa proteína controle (BC, n=7), alta proteína infectado com H. contortus (AI, n=9) e baixa proteína infectado com H. contortus (BI, n=9), com efeito sexo testado. O experimento foi conduzido durante 89 dias. A infecção artificial com 10.000 larvas infectantes de H. contortus foi realizada 34 dias após o início do fornecimento das dietas. Decorridos 42 dias da infecção, 24 animais foram abatidos para obtenção dos tecidos para análise histomorfométrica do abomaso, contagem e mensuração de endoparasitos presentes no abomaso. Uma análise transcriptômica foi realizada utilizando 19 amostras de linfonodo abomasal dos ovinos. Nos resultados obtidos o tratamento AC apresentou maiores consumo de MS e consumo/PC0,75, e o AI apresentou os menores valores (P < 0,05). Não houve diferença em peso vivo inicial, peso vivo final, ganho médio diário em peso (GMDP) e ganho total em peso (GTP) (P > 0,05) durante o período de desempenho pós infecção. A digestibilidade de PB foi maior para os animais AI em relação aos BI (P = 0,0007). A produção de metano entérico (g dia-1) foi maior nos animais BI (P < 0,05). Os derivados de purinas na urina foram maiores nos animais controles quando comparados aos infectados. O nitrogênio consumido e retido foram maiores nos animais de alta proteína (P < 0,05), e os animais AC apresentaram maior valor para nitrogênio excretado quando comparados aos AI (P < 0,05). No hemograma e bioquímica sérica, os animais BI foram os mais afetados com valores mais baixos em comparação aos demais (P < 0,05). A contagem de OPG não foi diferente entre os tratamentos mas a média foi maior nos ovinos machos do que nas fêmeas. Não houve diferença no estabelecimento da infecção e contagem de endoparasitos presentes no abomaso. Nos resultados da análise histomorfométrica do abomaso os animais com baixa proteína apresentaram mucosa mais espessa quando comparados aos animais com alta proteína (P < 0,05). Os valores de IgG no sangue não diferiram. Um total de 95 e 75 genes foram diferencialmente expressos entre animais alimentados com alta e baixa proteína na dieta, e animais controles e infectados com H. contortus, respectivamente. Em conclusão, o alto teor de proteína da dieta conferiu a expressão de genes do sistema imune e permitiu aos cordeiros expressarem resiliência frente a infecção por H. contortus.