Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Peticia Carvalho de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-15122016-200643/
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Resumo: |
Nesta dissertação discuto a Festa do Coco e a prática do coco de roda, realizadas todo último sábado de cada mês pelas comunidades quilombolas Ipiranga e Gurugi, pertencentes ao município paraibano do Conde. Tive como objetivo evidenciar as transformações ocorridas na Festa do Coco e na brincadeira de coco de roda durante o período de visitas, entre julho de 2013 e maio de 2016, a partir da análise dos acontecimentos registrados nos diários de campo escritos por mim. No decorrer das primeiras visitas realizadas, levantei a hipótese de que a Festa do Coco não é um espaço de reprodução de uma prática realizada no passado, mas um espaço de produção de acontecimentos e de criação de outras formas de negociação entre os corpos participantes. Uma das perguntas que mais me interessavam era entender o que fazia com que diferentes pessoas, moradoras do quilombo ou não, vindas de diferentes locais da Paraíba e do Brasil, desejassem estar na festa, mesmo esta acontecendo em um barracão pequeno, dentro da comunidade quilombola Ipiranga, e sem nenhum apelo midiático sobre o evento. Os procedimentos de pesquisa delinearam-se no processo de realização da mesma: assumi, para o trabalho de campo, uma participação observante, por meio da qual pude ser mais uma brincante da festa e me deixar ser levada pelas suas linhas de força, seus fluxos. A cada festa eu escrevia diários de campo, focando-me nas experiências vividas e percebidas durante a festa. Minhas apostas teóricas se deram nos registros das filosofias da diferença, e em especial no registro deleuziano-guattariano, e da Antropologia da Performance, que discutem as práticas coletivas num registro do acontecimento, da performance e da criação. Esta dissertação traz então o conceito deleuziano de acontecimento como um dos conceitos chave para entender as transformações ocorridas nas festas e o interesse dos visitantes que procuram a festa: produzir acontecimentos. O participante da festa deseja estabelecer agenciamentos, formas de se conectar, de se relacionar com outros corpos e gerar novidade, criar. Dentre esses agenciamentos, a corponegociação se dá como um dos mais significativos. O conceito, criado por mim para esta pesquisa, surge através da brincadeira realizada no centro da roda de coco, onde o corpo negocia e cria sem o uso da produção verbal; o improviso é gerado pela contaminação dos diferentes repertórios de movimentos |