Análise econômica da engorda de bovinos em confinamento, em Goiás

• Ano de defesa: 1985
• Autor(a) principal: Sá, Janete Martins de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: ANÁLISE ECONÔMICA; BOVINOS; CONFINAMENTO; ENGORDA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20220207-214536/

Nesta pesquisa analisou-se a viabilidade econômica, sob condições de risco, de projetos de investimentos para a engorda de bovinos de corte, em confinamento. Foram analisados cinco projetos diferentes implantados no Estado de Goiás em 1982, aqui denominados Casos A, B, C, D e E, cada um apresentando 1200, 820, 480, 200 e 100 animais, respectivamente. Na avaliação econômica utilizou-se o critério da Taxa Interna de Retorno (TIR) e na análise de riscos, o processo de Simulação Estocástica, método de Monte Carlo. A análise econômica revelou taxas internas de retorno variadas, segundo as condições específicas de cada projeto, e que, quando comparadas às respectivas alternativas do custo do capital para a empresa, indicou que os projetos são economicamente viáveis. A análise de sensibilidade permitiu identificar as variáveis que mais afetam a TIR. O processo consistiu em provocar variações arbitrárias na receita e em elementos do custo operacional e verificar seu efeito sobre a TIR. Então, cinco variáveis foram selecionadas para serem simuladas: preço do boi gordo, preço do boi magro, preço de concentrado, preço de silagem e ganho médio de peso, representando fontes de incerteza para a atividade. Na falta de distribuições de probabilidades já ajustadas e/ou experimentadas em casos semelhantes e que pudessem ser aplicadas neste estudo, foram identificadas distribuições de probabilidades para as variáveis selecionadas com base em valores observados. Com a simulação verificou-se que os projetos A, B, C, D e E apresentaram, respectivamente, probabilidades de 2,4%, 2,4%, 20,0%, 5,6% e 2,4%, das respectivas TIR's calculadas antes da simulação, ocorrerem, caracterizando-se, então, quase todos, como de alto risco. Apenas o Caso C apresentou boas perspectivas de rentabilidade nas mesmas condições. Os resultados indicados pela simulação mostram consistência com dois fatos observados. O primeiro é que aproximadamente 23% dos confinadores desistiram de continuar na atividade em 1983, após os resultados obtidos em 1982. Dentre as razões que provocaram as desistências, destaca-se a frustração de expectativa de preços do boi gordo em 1982. O segundo diz respeito às características dos animais confinados. Observou-se que são utilizados bovinos de diferentes raças, pesos e idades no início do confinamento, muitas vezes fora dos padrões recomendados. E essas características são importantes para a resposta em ganho de peso. Esses fatos indicam que pelo menos as variáveis preço do boi gordo e ganho de peso são geradoras de risco para a atividade. Verificou-se também que 98,8% dos projetos reproduzidos pela simulação não eram do tipo convencional, podendo apresentar mais de uma TIR.