Tradição, dinamicidade e estabilidade nas práticas discursivas: um estudo da negociação intersubjetiva na imprensa paulistana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Gonçalves Segundo, Paulo Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-25042012-161141/
Resumo: Os estudos acerca dos modos de ação discursiva especialmente, no que se refere aos gêneros discursivos são marcados por uma grande pluralidade de abordagens, que tendem a enfatizar ora a polarização, ora a integração das noções de estabilidade, dinamicidade, produto e processo como princípios fundamentais de sua constituição. Nesta tese por meio de um diálogo entre a Teoria da Estruturação (GIDDENS, 2009), a proposta crítico-discursiva (FAIRCLOUGH, 2007), a Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004) e o conceito de Tradição Discursiva (KABATEK, 2004) , concebe-se e analisa-se a ação discursiva a partir de seus processos de construção, apresentando uma proposta teórico-metodológica calcada em procedimentos quantitativos e qualitativos que enfocam a depreensão de padrões semântico-discursivos de recursos linguísticos socialmente motivados e funcionalmente coesos, orientados em termos teleológicos e negociativos que busca fornecer bases para o exame do embate fundamental, intrínseco às práticas discursivas, entre os processos de estabilização geridos, principalmente, pelas coerções estruturais das distintas esferas dos sistemas sociais, que, por meio de sua deontologia, hierarquizam os padrões preferenciais de recursos linguísticos associados à realização de determinadas teleologias socialmente motivadas e dinamização promovidos pelos atores sociais em relação às instituições e das organizações diante da esfera, em uma atividade negociativa constante que atua na tensão entre padronização e inovação, entre resistência e complacência, entre hegemonia e alternatividade. Nessa perspectiva, tornou-se possível examinar o processo de negociação intersubjetiva empreendido nos editoriais da imprensa paulistana de bairro, o que permitiu depreender tanto suas idiossincrasias institucionais e identitárias, quanto as preferências deontológicas relativas à esfera e aos imperativos de comunicação contemporâneos, associados ao mercado simbólico. Desse modo, pôde-se constatar que a imprensa paulistana de bairro constitui-se em uma esfera multifacetada, cujos editoriais apresentam padrões preferenciais variados de construção discursiva, tanto em termos sintagmáticos quanto paradigmáticos, cumprindo diversas teleologias centrais criticar, exortar, exaltar e informar , de modo a perpassar múltiplas estratégias de construção de autoridade, credibilidade, intimidade e comprometimento, atualizadas segundo uma combinatória complexa de recursos interpessoais de avaliatividade, envolvimento e exortatividade.