Os lapsos de fala em português brasileiro sob a perspectiva da Morfologia Distribuída

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Espadaro, Mayara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-22022019-190047/
Resumo: Os lapsos de fala são enunciados que apresentam um desvio em relação ao que o falante pretendia dizer (cf. FROMKIN, 1973). Esse erro pode se manifestar em níveis linguísticos distintos, afetando segmentos fonológicos, morfemas, palavras ou sentenças. Muitos linguistas defendem que os lapsos de fala são uma importante evidência para a postulação de modelos de performance que levem em conta a realidade psicológica das unidades linguísticas e suas regras (cf. FROMKIN, 1973; PFAU, 2009; LEVELT, 1989). O objetivo do nosso trabalho é, portanto, investigar a estrutura dos lapsos de fala espontâneos do português brasileiro que afetam o nível morfológico e explicitar as propriedades que regem os lapsos na nossa língua. Para isso, adotamos como modelo teórico o sistema de Pfau (2009), que foi desenvolvido com base nas evidências fornecidas pelos lapsos de fala e tem como alicerces a arquitetura da gramática proposta no quadro teórico da Morfologia Distribuída (cf. HALLE; MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997) e o modelo de performance em níveis (cf. LEVELT, 1989). Nossa hipótese inicial é a de que o sistema proposto por Pfau (2009) consegue dar conta da análise dos lapsos de fala em português brasileiro. Os resultados da pesquisa incluem a construção de um corpus constituído por 140 dados, coletados pelo método naturalístico, isto é, os lapsos foram anotados em contexto natural e espontâneo de fala, sem indução por testes. Os dados apontam para a existência de diferentes estruturas subjacentes aos lapsos de fala morfológicos no português do Brasil, sendo possível classificá-los em seis tipos distintos de acordo com suas características. As classes são: (1) blends de palavra, (2) blends frasais, (3) substituições que envolvem aspectos semânticos, (4) substituições que envolvem aspectos fonológicos, (5) lapsos que envolvem morfemas, e (6) lapsos que atingem traços gramaticais.