Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Campos, Rafael da Costa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-13112013-112737/
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Resumo: |
O objetivo desta tese é defender que o afastamento do Imperador Tibério César Augusto em 26 d.C. representou um importante momento de inflexão política em seu governo (14 - 37 d.C.). Augusto, seu antecessor, lhe deixou como legado um novo sistema político que, embora tenha agregado precedentes republicanos, constituiu-se como um conjunto de experimentações processuais sem uma consolidação definitiva. Tibério deu continuidade a este sistema, uma delicada relação de manutenção do prestígio aristocrático, os precedentes de seu antecessor e a ascensão da corte imperial, novo cerne do poder em Roma. Todavia, uma vez que a autonomia e participação do Senado já não possuíam a mesma efervescência republicana, a definição dos limites de atuação e influência entre o Imperador e a instituição senatorial tornou-se cada vez mais complexa e conflituosa. A esta condição somou-se o ambiente de intrigas e disputas sucessórias entre os núcleos familiares Júlio-Claudianos, cuja rede de interesses ampliou-se com a participação de indivíduos oriundos da aristocracia, principalmente pelo desmantelamento do esquema sucessório concebido por Augusto com as sucessivas mortes dos jovens príncipes candidatos ao poder. Esta conjuntura de tensão politica agravou-se com a ascensão de Sejano, prefeito da guarda pretoriana, que exerceu uma influência inédita sobre os desígnios de Tibério e contribuiu para que este finalmente se retirasse de Roma. A ilha de Capri, na costa da Campânia, além de um retiro aprazível das preocupações políticas da capital, tornou-se também o novo cerne do poder decisório, percepção surpreendente e acrimoniosa para a opinião pública deste período. O Império continuou a ser administrado sem a presença cotidiana do Princeps em Roma, não obstante seu deslocamento tenha se constituído como um filtro que passou a condicionar a dinâmica das interações entre Tibério, a corte e o restante da aristocracia. Igualmente, a ausência do Imperador deu margem à exploração indiscriminada das condenações por traição à majestade (maiestas), um novo elemento ao tradicional contexto de competividade que marcou a história do Senado, o acirramento de disputas entre membros da família imperial em Roma e a interferência desmesurada de Sejano nos rumos da sucessão dinástica, em que inúmeros membros da aristocracia foram posicionados variadamente no interior deste conflito. A eliminação de Sejano não atenuou esta situação, e seu sucessor Névio Sutório Macro continuou a influenciar senadores e equestres, que nos últimos anos de vida de Tibério se viram divididos entre o receio de continuar ou não apoiando um Imperador distante conquanto ciente de suas prerrogativas de comando ou um potencial sucessor, Calígula. |