Acúmulo de putrescina e interrupção da síntese proteica em feijoeiro (Phaseolus vulgaris, L.) deficiente em potássio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1978
Autor(a) principal: Zago, Edvaldo Alberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20240301-154145/
Resumo: O presente trabalho objetivou buscar algumas informações sobre o efeito fisiológico causado pelo acúmulo de poliaminas em plantas deficientes em potássio no tocante à síntese de proteínas e ácidos nucleicos. Plantas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.; cultivar Carioca) foram cultivadas em soluções nutritivas deficientes em macronutrientes e analisadas quanto ao teor das poliaminas espermina, espermidina e putrescina, quando os sintomas da respectiva deficiência já eram evidentes. Nas plantas do tratamento completo e deficiente em potássio o teor dessas poliaminas foi analisado periodicamente durante todo o ciclo de desenvolvimento. Com a finalidade de verificar os possíveis precursores na formação dessas poliaminas em feijoeiro, folhas destacadas dessa planta foram colocadas a absorver os aminoácidos arginina, citrulina, lisina, ornitina e as aminas agmatina e N-carbamilputrescina e também água destilada (controle). Após 24 horas de metabolização foram analisados quanto aos teores de putrescina, espermina e espermidina. Também o efeito fisiológico dessas aminas no processo de biossíntese de proteína e ácidos nucleicos foi verificado e para tanto, folhas destacadas de feijoeiro provenientes do tratamento completo e deficiente em potássio foram colocadas a absorver leucina-C14. Uma parte das folhas de plantas provenientes do tratamento completo, após a absorção de leucina-C14, absorveu também putrescina e espermidina. Após 24 horas de metabolização, foram analisadas quanto ao teor de proteína e quanto à radioatividade incorporada. Ensaio semelhante foi realizado para verificar o efeito da paralização da síntese de proteína nessas poliaminas. Folhas destacadas de feijoeiro cultivado em solução nutritiva completa foram colocadas a absorver diferentes doses de Actinomicina-D e após um período de metabolização foram analisadas quanto ao teor de proteína e as poliaminas putrescina espermina e espermidina. Também as plantas cultivadas em solução nutritiva completa e deficiente em potássio, foram analisadas quanto ao teor de aminoácidos livres. Pelos dados obtidos, foi concluído que na deficiência de magnésio e especialmente potássio, resulta em acúmulo de putrescina. Tal diamina tem como principal precursor o aminoácido arginina, o qual se apresenta em teor bastante elevado por ocasião da deficiência de potássio. A via metabólica preferencial parece ser por intermédio da descarboxilação de arginina originando agmatina e posteriormente N-carbamilputrescina como precursor imediato. O elevado teor de arginina resultante da interrupção na síntese de proteína parece ser o responsável pelo acúmulo de putrescina. Resulta, pois, um aumento na relação molar putrescina/espermidina a qual bloqueia a síntese dos ácidos nucleicos afetando ainda mais a síntese de proteína. Esses resultados vêm reforçar a suposição de que as poliaminas exibem uma atividade fisiológica marcante, sendo responsáveis pelo menos em parte, pela redução no crescimento das plantas em condições de deficiência em potássio.