Diversidade morfológica craniana, micro-evolução e ocupação pré-histórica da costa brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Okumura, Maria Mercedes Martinez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-30082007-135429/
Resumo: As primeiras evidências arqueológicas a respeito do povoamento do litoral brasileiro durante a pré-história são a expansão de povos associados a sítios arqueológicos denominados sambaquis. Tais sítios ocorrem na costa brasileira, da Bahia até o Rio Grande do Sul, entre 6500 e 800 anos. Um dos modelos de dispersão inicial desses povos propõe que esta teria ocorrido em dois grandes eixos que se expandiram a partir da divisa entre São Paulo e Paraná. Há cerca de mil anos, ocorre o aparecimento de cerâmica em alguns sítios litorâneos, relacionada a grupos provenientes do interior do país. Modelos baseados na análise da morfologia craniana desses grupos indicam que em Santa Catarina, no seu litoral central, teria ocorrido a interação de dois grupos biológicos distintos antes da chegada da cerâmica, ao passo que no litoral norte de Santa Catarina, a chegada da cerâmica parece coincidir com a chegada de uma nova população. O objetivo da tese é testar as seguintes hipóteses através da análise morfológica craniana: I) os povos dos sambaquis representam, em termos regionais, pelo menos dois grupos com morfologias cranianas distintas, cuja dispersão coincide com dois bolsões regionais, um ao norte e outro ao sul de São Paulo; II) no litoral central de Santa Catarina existiram duas populações pré-cerâmicas com morfologia distinta, e com o aparecimento da cerâmica, ao menos no norte de Santa Catarina, surgiu uma nova morfologia craniana. Os resultados obtidos apontam para uma diferenciação de dois grupos principais, cuja clivagem se dá na região do Paraná. Entretanto, a hipótese de que há dois grupos morfologicamente distintos em Santa Catarina antes da chegada da cerâmica não encontra apoio nos resultados obtidos. Em relação aos grupos ceramistas catarinenses, parece haver uma relativa diferenciação entre estes e as séries sem cerâmica dessa região.