O convívio com HIV/aids em pessoas da terceira idade e suas representações: vulnerabilidade e enfrentamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Provinciali, Renata Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-09022007-155352/
Resumo: Atualmente, envelhecimento e HIV/aids são fenômenos cada vez mais convergentes em todo o mundo, levantando questões urgentes de solução sobre a compreensão deste processo no interior das sociedades atuais. Buscando identificar representações e características biopsicossociais de pessoas de terceira idade, no sentido de promover recursos para fazer frente à exclusão e vulnerabilidade deste seguimento da sociedade, o envelhecimento e a soropositividade para o HIV vem sendo foco de estudo das mais variadas áreas do conhecimento. Diante destas questões, este trabalho tem como objetivo estudar crenças e representações de pessoas idosas sobre o seu convívio com HIV/aids, visando compreender seus próprios sentidos e significados. Foram estudados 7 pacientes soropositivos para o HIV, cinco homens e duas mulheres, com idades variando entre 61 e 71 anos. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas para levantamento de crenças, além de coleta sobre história de vida. Análises de conteúdo sobre as transcrições das entrevistas, com base em categorias temáticas possibilitaram a identificação de três categorias gerais: (A) Terceira idade, (B) A soropositividade no cotidiano de pessoas idosas e (C) Relações afetivo-sexuais. Cognições relacionadas à terceira idade indicam que a velhice é vista como uma etapa do desenvolvimento, marcada por transformações físicas e emocionais, onde potencialidades e capacidades de antes, agora estão restringidas. A análise dos dados demonstra que a percepção de risco e práticas de prevenção não fizeram parte da vida destas pessoas antes da contaminação. O impacto da notícia do diagnóstico positivo desperta reações e sentimentos desestruturantes, como angústia, medo, desorientação e culpa. A busca por tratamentos médicos e auto-cuidado tornam-se meios de enfrentamento. A necessidade de silenciar-se em relação à sorologia positiva se faz presente no intuito de afastar o preconceito e a discriminação. A aids e a condição de soropositivo para o HIV são incorporados à vida destas pessoas de maneiras polarizadas: para uns é vista como mais um aspecto a ser vivenciado, não interferindo no modo de vida anterior ao diagnóstico, enquanto que para outros a soropositividade torna-se um incômodo constante e conviver com ela passa a requerer muito esforço. A despeito de mitos e crenças sobre a sexualidade do idoso, os resultados encontrados nos coloca frente a uma realidade que não pode ser ignorada, exigindo um novo dimensionamento para a concepção de futuros programas destinados à orientação e suporte a pessoas de terceira idade.