Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Veridiana Barreto do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-24092018-155916/
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Resumo: |
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) ainda constituem um grave problema de saúde pública que assola cada vez mais o público feminino, sendo acentuada pela vulnerabilidade individual, social e programática. Assim, este estudo teve como objetivo identificar e analisar as vulnerabilidades de mulheres quilombolas do Rio Trombetas (PA) para as IST/HIV/aids. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, prospectivo, transversal com abordagem quantitativa. A coleta de dados deu-se por meio de entrevista individual realizada no domicílio, a partir de um questionário semiestruturado, após aprovação do Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da USP, sob o parecer: 1.667.309. Para a análise dos resultados foi adotado como referencial o conceito de vulnerabilidade. Esta pesquisa foi realizada em oito comunidades quilombolas do alto Trombetas, localizadas no município de Oriximiná, região Oeste do Estado do Pará, com a participação de 139 mulheres. A média de idade foi de 30 anos e as cores autodeclaradas prevalentes foram a negra e a parda. A maioria das mulheres possuía o ensino fundamental completo e intitulou-se casada. Quanto à história pregressa de IST, 56,8% citaram apresentar em algum momento sinais e sintomas de IST, porém, apenas 25,2% informaram sempre fazer uso do preservativo masculino nas relações sexuais e 12,6% do preservativo feminino. Em relação aos motivos para o não uso do preservativo feminino, 52,5% das mulheres justificaram a sua indisponibilidade. Quanto ao conhecimento sobre as IST, 69,1% já haviam recebido algumas informações, verificou-se que pouco mais da metade, 55,4%, respondeu sobre a forma correta de transmissão e que a prevenção é feita através do uso da camisinha (80,6%). Apenas 44,6% das mulheres consideram a existência de risco para contrair uma IST/HIV/aids e que este risco é acentuado pela infidelidade do parceiro (45,2%). Apesar de se considerarem em risco, as mesmas classificam o grau de exposição individual a possível infecção em baixo risco (64,6%) e apenas 8,1% classificam em alto risco. Verificou-se a inexistência de serviços de saúde na comunidade e quanto a atividade de prevenção para as IST/HIV/aids apenas 48,9% das pesquisadas participaram de alguma atividade educativa. Os resultados evidenciam fragilidades de conhecimento, das mulheres frente à prevenção das IST/HIV/aids, potencializado pela ausência de serviços de saúde e ações nas comunidades. Pelo exposto, foi possível identificar que as mulheres quilombolas são vulneráveis nas três dimensões: individual, social e programática para as IST/HIV/aids. Neste contexto é de extrema importância a efetivação dos serviços e ações de saúde nessas localidades, através de políticas públicas responsáveis e comprometidas, com a participação da enfermagem, o principal agente do cuidado comunitário dentro do elo de promoção e prevenção da saúde. |