Prateamento foliar em aboboreiras: aspectos bioquímicos dessa fitotoxemia e sua influência na colonização dos tecidos por Sphaerotheca fuliginea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Hoto, Fabiana Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191108-104814/
Resumo: Nos últimos anos, as lavouras de aboboreiras têm sido infestadas por Bemisia tabaci (biótipo-B), conhecida por mosca branca. Esse inseto induz o fenômeno do “prateamento” da face superior das folhas, uma desordem fisiológica que afeta processos como fotossíntese e respiração. Por outro lado, recentemente, vem sendo observado em aboboreiras mantidas em campo e casa de vegetação, uma redução nos sintomas de oídio, causado pelo ectoparasita fúngico S. fuliginea, em folhas “prateadas”, quando comparado ao seu desenvolvimento em folhas sem “prateado”. Neste trabalho, estudou-se aspectos do metabolismo de plantas afetadas pelo “prateamento”, bem como a influência desta fitotoxemia na colonização de tecido foliar por Sphaerotheca fuliginea. No tocante ao metabolismo, os resultados evidenciaram uma redução no conteúdo de clorofila em todos os materiais de aboboreiras exibindo “prateado” (Cucurbita pepo, Cucurbita moschata e no híbrido Tetsukabuto C. moschata x C. maxima),indicando a influência da fitotoxemia na fotossíntese. Por sua vez, o conteúdo de proteínas, carboidratos e fenóis mostrou-se reduzido em plantas de C. pepo com sintomas de “prateado”. Em contraste, com exceção do conteúdo de proteínas em C.moschata, o qual mostrou-se igual ao das plantas controle da mesma espécie (sem “prateamento”), o conteúdo de carboidratos e fenóis mostrou-se maior em folhas de C. moschata e do híbrido (o conteúdo de proteínas também foi maior no híbrido) com sintomas de “prateamento”. Embora esses resultados pareçam conflitantes, os mesmos indicam que o “prateamento” em cucurbitáceas, independentemente da sintomatologia característica exibida pelos diferentes materiais vegetais, acarreta alterações metabólicas que não seguem um padrão definido. Deve-se ressaltar ainda a desestruturação (aparecimento de espaços intercelulares e desarranjo das células parenquimáticas) do mesófilo foliar em C. pepo, como “prateado”, o que pode ser evidenciado através de cortes histológicos. Com relação à germinação de conídios de S. fuliginea sobre folhas de C. pepo com ”prateado”, os resultados evidenciaram uma redução significativa de 74% na germinação e 84% na formação de apressórios. Em contraste, para o hemibiotrófico Colletotrichum gloesporioides f. sp. cucurbitae, agente causal da antracnose, a germinação de conídios e a formação de apressórios não foi alterada significantemente em tecidos exibindo “prateamento. Essas observações apontam para a existência de mecanismos em folhas com “prateado” atuando seletivamente durante a fase de pré-penetração contra S. fulíginea, um biotrófico. Assim, no tocante ao desenvolvimento do oídio em plantas de aboboreiras com “prateamento”, pode-se sugerir que a menor colonização dos tecidos, evidenciada pela ausência ou diminuição dos sinais do fitopatógeno sobre a superfície da folha, deve-se às reduções na germinação e formação de apressórios pelos conídios, bem como pela desestruturação do mesófilo foliar