Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Faria, Luiz Carlos de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20191108-103849/
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Resumo: |
O lodo de esgoto ou biossólido, como recentemente vem sendo denominado, é o principal resíduo produzido nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), cuja destinação final tem despertado a atenção de diversos órgãos governamentais e instituições de pesquisa. Um dos principais problemas enfrentados pelos pesquisadores é encontrar um destino final ambientalmente adequado e economicamente viável ao grande volume de biossólido que será produzido no futuro. Dentre as propostas, sua utilização como fertilizante orgânico e/ou condicionador de solos em sítios florestais é apontada pelos pesquisadores como uma alternativa promissora. Neste contexto, este trabalho tem como objetivos: (i) apresentar uma estimativa da demanda potencial por biossólido, produzido na ETE de Barueri, em povoamentos de eucaliptos do seu entorno, dentro do Estado de São Paulo; e (ii) determinar as produções mínimas de madeira que justificam economicamente o uso do biossólido como fertilizante em povoamentos de eucalipto, considerando diferentes taxas de juros, preços de madeira e distâncias de transporte. A demanda potencial foi determinada utilizando técnicas de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e dados digitais do último inventário florestal do Estado de São Paulo, publicado pelo Instituto Florestal de São Paulo em 1993. A análise econômica utiliza o parâmetro de decisão "Nível Mínimo de Resposta (NMR)", desenvolvido com o auxílio de fórmulas de matemática financeira. O estudo da demanda potencial demonstrou que o intervalo de variação no raio de consumo do biossólido, em torno da ETE de Barueri, em povoamentos de eucalipto varia de 15 a 178 km. Essas distâncias refletem a combinação de níveis de produção de 150 e 350 t dia-1 e doses de biossólido de 10 e 30 t ha-1, ambos em base seca. O estudo econômico demonstrou que a fertilização de povoamentos de eucaliptos com biossólido contendo altos teores de umidade (60%) pode apresentar sérias limitações econômicas. Mesmo nos cenários mais favoráveis (taxa mínima aceitável de retorno de 6% e preço de R$ 10,00 st-1 para a madeira), ganhos de produtividade, por tonelada seca aplicada, acima de 5 st ha-1 são necessários para justificar economicamente a aplicação em distâncias longas de transporte (≥ 100 km). Nos cenários mais desfavoráveis (taxa de 12% e preço da madeira de R$ 7,00 st-1), a fertilização de florestas com biossólido foi limitada à situações que resultam em ganhos de produtividade, por tonelada seca aplicada, de até 10,92 st ha-1 em locais próximos (≤ 100 km) da ETE. O principal fator para esse comportamento é o elevado custo com o transporte, devido principalmente à elevada taxa de umidade do biossólido (em média 60%). São conclusões deste trabalho: (i) que existem povoamentos de eucalipto no entorno de Barueri, suficientes para consumir toda a produção de biossólido dessa ETE em distâncias de transporte economicamente viáveis, quando considerados cenários favoráveis financeiramente; e (ii) que existem cenários que viabilizariam o uso do biossólido em povoamentos de eucalipto dentro de intervalos realísticos de taxas de juros e preços de madeira, o que justifica estudos mais detalhados dessa alternativa de destinação final para o biossólido, em termos silviculturais e ecológicos. |