Efeito do lodo de esgoto (bissólido) sobre a nutrição, ciclagem de nutrientes e crescimento de sub-bosque, em plantação de eucalipto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Guedes, Marcelino Carneiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20191108-123614/
Resumo: A contaminação dos recursos hídricos por esgotos é um dos principais problemas enfrentados pela sociedade moderna, principalmente nos grandes centros urbanos. O tratamento dos esgotos gera um resíduo que, na maioria das vezes, é descartado em aterros sanitários, mas que poderia ser utilizado para aumentar a produtividade de culturas agrícolas ou florestais. O objetivo geral desta pesquisa foi estudar o efeito da aplicação de biossólido, complementado ou não com fertilizantes minerais, sobre o balanço nutricional, a ciclagem de nutrientes e o sub-bosque de um povoamento jovem de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. O local de estudo situa-se na Estação Experimental de Itatinga, vinculada ao Departamento de Ciências Florestais, da ESALQ/USP. Para monitoramento nutricional, foram analisados os teores de macro e micronutrientes nas folhas dos eucaliptos, aos dois, quatro, seis, oito, doze e dezesseis meses após aplicação de biossólido. O estudo de ciclagem dos nutrientes foi iniciado dezessete meses após o plantio, por ocasião do fechamento das copas, e treze meses após a aplicação do biossólido. Para analise do sub-bosque, foi quantificada a biomassa epígea e os teores de nutrientes, aos oito, dezesseis e vinte meses após aplicação. O experimento é delineado em blocos casualizados, com 4 repartições e 9 tratamentos; testemunha (tt), adubação mineral (ad), 5 t ha-1 de biossolido com K (5+ K), 10t ha-1 de biossólido com K (10+ K), 10t ha-1 de biossólido sem K (10)t ha-1 de biossólido com K e P na base (10+KP), 15 t ha-1 de biossólido com K (15+K), 20 t ha-1 de biossólido com K (20+K) e 40 t ha-1 de biossólido com K (40+K). O biossólido alterou, significativamente, o estado nutricional dos eucaliptos, exceto para o nutriente Fe e para o Na. As plantas que receberam a maior dose de biossólido (40 t ha-1) apresentaram maiores teores de N, P, Ca e menores concentrações de Mn e Mg. As plantas tratadas com a maior dose de biossólido, depositaram 136% mais folhedo do que as plantas testemunhas e 40% a mais do que as plantas que receberam adubação mineral convencional. O tratamento "20 + K", que recebeu 20 t ha-1 de biossólido apresentou, em todas as coletas, quantidades médias superiores de gramíneas no sub-bosque, porém em apenas dois locos, o que determinou elevada variação em torno da média e a não significância estatística. A aplicação de biossólido em um povoamento jovem de E. grandis melhorou o estado nutricional das plantas, contribuiu para maior reciclagem biogeoquímica dos nutrientes dentro do ecossistema e não afetou de maneira homogênea o crescimento do sub-bosque.