Hipertensos internados em uma unidade de terapia intensiva geral: características clínicas, gravidade e desfecho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Campos, Cássia Lima de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-09122019-163504/
Resumo: Introdução: A hipertensão arterial é um importante problema de saúde pública, principalmente pela elevada prevalência na população adulta. Porém, são poucos os estudos sobre as características dos hipertensos internados em unidade de terapia intensiva. Objetivo: Comparar pacientes hipertensos e não hipertensos internados em uma unidade de terapia intensiva quanto às características clínicas, desfecho e gravidade. Método: Estudo de coorte retrospectiva com 541 pacientes de uma unidade de terapia intensiva geral em um hospital privado da cidade de São Paulo. Foram analisadas variáveis biossociais, tempo de internação, variáveis antropométricas e de pressão arterial, hábitos de vida, antecedentes de saúde, uso de medicamento anti-hipertensivo, motivo da internação, intercorrências médicas, uso de medidas de suporte, exames laboratoriais, desfecho e indicadores prognósticos. A hipertensão foi definida mediante descrição da doença ou referência de uso de anti-hipertensivo no prontuário médico. Resultados: A prevalência de hipertensão foi 67,65%. Os hipertensos em relação aos não hipertensos apresentaram dados significativamente mais elevados (p0,05) para a presença de: viúvos; aposentados; profissionais e científicos intelectuais;índice de massa corporal; idade; antecedentes para diabetes, dislipidemia, doença renal crônica, insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico isquêmico e infarto agudo do miocárdio; valores de pressão sistólica, ureia e creatinina na admissão e alta da UTI; e gravidade dos pacientes avaliada pelo SAPS III- Simplified Acute Physiology Score III. Houve associação independente da hipertensão arterial com idade (RR 1,043, IC 1,019-1,069) e aposentadoria (RR 2,257, IC 0,870-5,808). Não houve diferença estatisticamente significativa entre hipertensos e não hipertensos quanto a: sexo; etnia; escolaridade; tabagismo e etilismo; causas da internação na UTI; intercorrências; medidas de suporte como uso de drogas vasoativas, ventilação mecânica invasiva e terapia de substituição renal; indicadores prognósticos na admissão na UTI como a probabilidade de óbito avaliada pelo SAPS III, disfunção orgânica pelo Sequential organ failure asssessment Score (SOFA) e carga prévia de doença avaliada pelo Índice de comorbidade de Charlson (ICC); e desfechos representados por óbito, alta, transferência hospitalar e reinternação em 48 horas na UTI. Houve correlação significativa (p0,001) entre a gravidade dos pacientes da amostra total avaliada pelo SAPS III e disfunção orgânica (SOFA, r2 = 0,328), carga prévia de doenças (ICC, r2 = 0,047), uso de droga vasoativa (r2 = 0,146) e ventilação mecânica invasiva (r2 = 0,075).Conclusão: A prevalência de hipertensão arterial foi elevada na amostra de pacientes internados na unidade de terapia intensiva. Porém, a hipertensão arterial não foi um preditor para a gravidade dos pacientes e não contribuiu para desfecho desfavorável.