O manejo da dor do existir por meio da religião: uma das possibilidades de encontro consigo mesmo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Saltareli, Simone
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08012015-105504/
Resumo: A literatura aponta o crescente interesse acerca da dor e da religião. Concernente com o conceito de dor total e com o referencial da psicofísica, o presente estudo teve como objetivo elaborar o Instrumento de Avaliação de Conteúdos Religiosos (IACOR). Participaram do estudo 240 sujeitos, divididos em seis grupos de acordo com a denominação religiosa (católicos, evangélicos e espíritas) e de acordo com a prática que exercem (afiliados e líderes). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada que abarcou os aspectos sociodemográficos e percepções gerais acerca das específicas religiões e por meio de instrumento elaborado com base nas escalas disponíveis da literatura e na nossa experiência. Nas entrevistas foram levantados aspectos referentes à idade, ao sexo, à profissão, à religião anterior e à escolaridade. Foram levantadas as categorias de análise: Tempo de afiliação, Início da prática religiosa e mudanças de afiliação, Responsabilidade pelos atos e relação com a morte, Descrição de Deus, Consciência da existência de experiências profundas, Possibilidade de recompensa, Aumento da fé na proximidade com a morte, Religião como tentativa de explicar as limitações humanas, Relação entre religião e ciência e A religião do passado e do presente em relação à ciência. Em relação à escala do IACOR, os cinco itens de maior atribuição entre todos os grupos foram: \"Eu acredito que a natureza deveria ser respeitada\" (9,94±0,28), \"Eu acredito que todos os seres vivos merecem respeito\" (9,81± 0,64), \"Minha vida é um processo de transformação\" (9,59±1,11), \"Fazer a vida valer a pena\" (9,51±1,21) e \"Eu sinto que a minha vida tem propósito e significado\" (9,47±1,22). Os itens se referem às dimensões: relação com o meio - criação, no primeiro e no segundo itens e ideias gerais sobre a vida, no terceiro, no quarto e no quinto itens. Os cinco itens de menor atribuição foram: \"Não existe vida após a morte\" (0,82±2,41), \"Tentei lidar com a situação do meu jeito, sem a ajuda de Deus\" (1,75±2,68), \"Uma pessoa pode ser completa sem buscar uma vida espiritual ativa\" (2,06±3,25), \"Eu não sei como começar a resolver meus problemas e entendo a morte como um desses problemas\" (2,09±2,74) e \"Não consigo compreender o propósito da morte\" (2,12±3,29). Tais itens se referem às dimensões respectivamente: pós-morte sem continuidade, relação negativa com Deus, ausência de prática espiritual e relação negativa com a morte nos dois últimos itens. Decorrente da análise da entrevista e da escala do IACOR, foi possível perceber as associações existentes entre a opinião dos participantes e os constructos religiosos da denominação da qual fazem parte e evidencia a necessidade de se conhecer e abordar o fenômeno religioso como parte integrante do ser humano, bem como um potencial recurso do manejo e da modulação da dor do existir, expresso pela dor do mesmo diante das questões associadas à morte, à finitude e à desesperança