Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Souza, Francisco Ferreira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113664
|
Resumo: |
<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Este estudo tem como objetivo geral investigar o lugar dos verbos haver e existir nas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sentenças existenciais do português popular de Fortaleza, uma vez que esse tipo de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">estrutura é predominantemente ocupado pelo verbo ter em pesquisas sobre o falar culto.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Partindo da hipótese de que no falar popular essa predominância será ainda maior,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">traçamos dois objetivos específicos: o primeiro é identificar os fatores sociais e/ou</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">linguísticos responsáveis pela manutenção de haver e existir no falar popular de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Fortaleza; o segundo é investigar, a partir de análises no tempo aparente (faixa etária),</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">se há indícios de esses verbos estarem passando por um processo de mudança em curso</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">no sentido de serem substituídos pelo verbo ter. Para tal empreendimento, utilizamos os</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança Linguística</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(WEINREINCH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1994; 2001; 2008 [1972]; 2010)</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">e as análises estatísticas, realizadas pelo programa computacional GoldVarb X (2005),</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">de 931 dados de fala de 53 informantes, das 29 entrevistas do tipo D2 (Diálogo entre</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Dois Informantes), selecionadas a partir do banco de dados NORPOFOR (Norma Oral</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">do Português Popular de Fortaleza). As variáveis independentes controladas nesta</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">pesquisa foram: sexo, faixa etária, escolaridade (sociais) e forma verbal, animacidade do</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">SN, peso do SN, posição do SN em relação ao verbo, concordância entre o verbo e o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">SN, presença x ausência de elementos à esquerda do verbo e repetição do verbo no</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">mesmo enunciado (linguísticas). Inicialmente, realizamos a rodada ternária para</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sabermos as frequências de uso das três variantes analisadas e constatamos nossa</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">hipótese inicial de que ter apresentaria um índice muito alto (94,1%) em relação a haver</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(2,9%) e existir (3,0%). Depois, controlamos os 10 grupos de fatores em três análises</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">binárias (haver/ter, existir/ter e haver/existir). Os resultados dessas análises mostraram</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">que o verbo haver ainda encontra espaço nas estruturas existenciais tanto em contraste</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">com ter, condicionado pelos fatores infinitivo, pretérito perfeito do indicativo e falantes</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">a partir de 50 anos, quanto em contraste com existir, condicionado pelas mesmas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">formas verbais da análise haver/ter (infinitivo, pretérito perfeito do indicativo) e pelos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">falantes do sexo feminino. O verbo existir também encontra espaço nas estruturas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">existenciais, tanto na análise com ter, favorecido pelo fator SN à esquerda, quanto na</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">análise com haver, favorecido pelos fatores presente do indicativo, pretérito imperfeito</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">do indicativo e sexo masculino. A análise em tempo aparente, realizada somente na</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">variação haver/ter, indicou que existem indícios de mudança em progresso na direção</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">da total implementação de ter no falar popular em detrimento de haver. Concluímos que</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">nossos resultados fornecem informações importantes acerca dos verbos existenciais no</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">português popular de Fortaleza, apesar de nosso tema não representar uma marca</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">específica dessa comunidade de fala. A variação haver/existir/ter parece ser um</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">fenômeno mais geral do que específico, indicando, talvez, uma tendência da expansão</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">de ter no português tanto culto quanto popular falado em outras capitais brasileiras.</span></font></div> |