Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Neves, Sylvia Lia Grespan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-02022023-163950/
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como objetivo descrever o comportamento linguístico de adultos surdos em uma triagem de linguagem baseada na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Além disso, teve como objetivos específicos: (i) analisar as possíveis diferenças entre surdos com aquisição de Libras em momento adequado, surdos com aquisição tardia de Libras e surdos com lesão cerebral; e (ii) descrever a produção linguística, a partir da triagem aplicada, de surdos com lesão cerebral. Foi realizada uma coleta de dados de 109 participantes surdos adultos e usuários da Libras. Cada um deles respondeu a um questionário de anamnese que continha questões sobre o histórico linguístico e de saúde e, em seguida, cada participante foi submetido à aplicação da Triagem de Habilidades Linguística da Libras (BARBOSA, 2017), conduzida por um examinador surdo e fluente em Libras. Os participantes foram divididos em três grupos: o primeiro com aquisição de língua de sinais em período adequado (Ap), o segundo com aquisição tardia da Libras (At) e o terceiro com diagnósticos de lesão cerebral (Dn). A análise descritivo-exploratória debruçou-se sobre 15 casos, divididos em quatro grupo: 1) lesão adquirida na infância: participantes apresentaram quebras no nível narrativo e pragmático, como desvio do tópico da conversa e circunlóquios sobre assuntos adjacentes, que em suas narrativas observou-se a indicação de cenas que não estavam de acordo com a prancha utilizada para elicitação e organização discursiva, não obedecendo à ordem temporal e lógica; 2) AVC, os quais, mesmo apresentando sequelas motoras como hemiparesia, não exibiram alterações, a não ser no nível fonético-fonológico, devido às limitações motoras impostas pela lesão; 3) ECNE, os quais apresentaram desordens no nível fonético-fonológico. Nesse grupo foi possível notar alterações em alguns parâmetros específicos dos sinais. Todos apresentaram deslocamento do maxilar enquanto sinalizavam, com direção do olhar vaga. Além disso, foram observados tipos de sinalização diferentes a depender do tipo de ECNE, por exemplo com a presença de rigidez e lentificação, com presença de contato visual com o interlocutor e, em outros casos, movimentação descontrolada sem possibilidade de manutenção de contato visual; 4) Parkinson, os quais apresentaram falta de expressões faciais, ausência de itens gramaticais importantes para a construção do sentido em línguas de sinais, além do olhar estático e com baixa frequência de piscadas ou movimentos oculares. Observou-se, ainda, diminuição da amplitude de movimentos na sinalização, a falta do uso adequado do espaço para criar sentidos em seus discursos, da utilização de espaços tokenizados ou de estratégias de sub-rogação ou qualquer organização sintática espacial. Os dados obtidos demonstraram a importância da aquisição de língua em período adequado para o uso do potencial linguístico do indivíduo e sugeriram que o atraso na aquisição de língua possa ser um preditor de distúrbios de linguagem. Fora isso, os quadros de lesão cerebral estudados manifestaram desordens no processamento da linguagem em seus diversos níveis, com manifestações que se diferem das manifestações na modalidade oral-auditiva por se tratar de uma língua visuoespacial. |