Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Martins, Ana Paula dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-01122010-142445/
|
Resumo: |
Este trabalho busca investigar o jogo de representação no romance As Horas Nuas (1989), de Lygia Fagundes Telles, a partir da construção da protagonista Rosa Ambrósio. Na recuperação do passado pelo exercício da memória, os papéis femininos por ela outrora desempenhados no teatro como atriz misturam-se ao seu próprio repertório e descortinam a encenação de uma história de sujeição da mulher, suas tentativas de emancipação e a difícil arte de harmonizar a convivência nas esferas pública e privada. A divisão da perspectiva narrativa com um gato dotado de pensamento crítico e com uma onisciência seletiva que apresenta a intimidade da analista da atriz corrobora tanto a relação da protagonista envelhecida com os membros de sua intimidade, quanto desvenda a condição plural das mulheres no Brasil da década de 80. Propomos que os mecanismos de mediação escolhidos por Telles, especialmente o uso da intertextualidade com o teatro e a representação do processo de elaboração do pretenso livro de memórias de Rosa revelam sua experiência social como mãe, esposa, amante, filha, patroa, paciente, e também o diálogo da escritora com o próprio fazer literário. Na tessitura narrativa de As Horas Nuas, com seus limites movediços entre invenção e memória, lembrança e esquecimento, configurados na dialética de expor e ocultar, delineiam-se, entre espelhos e máscaras, as transformações sociais ocorridas com a mulher e com a instituição familiar no país durante quase meio século. |