Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Fritoli, Luiz Ernani |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-26102012-115215/
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Resumo: |
Segundo o pensamento de Mario Praz, Umberto Eco, Anatol Rosenfeld e muitos outros, as estruturas da obra de arte refletem as estruturas epistemológicas de uma época, acompanhando a evolução das formas de organização sócio-históricas e revelando uma superestrutura de pensamento subjacente a tais formas de organização. No caso de Calvino e de Lins, embora haja inúmeras e enormes diferenças conceituais e estilísticas, é muito clara a passagem de uma visão de mundo (e consequentemente uma resultante forma estética) em que o presente (anos 40-50), embora complexo, é representável como continuidade histórica, a uma nova forma mentis em que a História do presente (anos 60-70), relativizada e desrealizada pelas mudanças técnicas, científicas, culturais, sócio-epistemológicas, é percebida como mosaico de eventos e discursos e, como tal, é representável esteticamente. Percebe-se que as estruturas convencionais (contos e romances), unitárias, íntegras até meados dos anos 60, dão lugar, a partir de 1965 (Calvino) e 1966 (Lins), a uma preferência pelas formas fragmentadas, modulares, recombináveis, hipertextuais, em que os módulos podem ser manipulados pelo leitor para multiplicar as narrativas. Nessa fase da literatura combinatória surgirão obras-primas como Le città invisibili ou Pentágono de Hahn. Essa forma modular combinatória dos anos sessenta evoluirá, nos anos setenta, para uma forma mais complexa: o hiper-romance, cuja estrutura será ainda fortemente amparada na matemática e na geometria. Mas o hiper-romance, além dos elementos combinatórios articuladores da arquitetura romanesca, traz em seu cerne outros elementos fundamentais: a metanarrativa, a busca de um sentido para a representação (do amor e da morte, dos conflitos) e como representação dessa busca; a configuração narrativa do conhecimento como multiplicidade de temas e discursos; a forma da representação como multiplicidade de narrativas realizadas, realizáveis e potenciais; a busca da unidade dos fragmentos na compreensão de uma única Unidade possível: a do mosaico como resposta possível ao labirinto. |