Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Gunella, Elis Joyce |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-12122014-195339/
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Resumo: |
Ao desenvolver nO Segundo Sexo análise existencialista sobre a condição da mulher ocidental, isto é, de sua formação, situação e caráter, Simone de Beauvoir parte de uma leitura ética das relações intersubjetivas que historicamente permitiram a constituição de códigos de feminilidade e que condicionam o estado atual da educação e dos costumes. Mais precisamente, a análise da autora sobre a mulher deve ocorrer a partir de compreensão dialética de sua condição histórica ou compreensão ética da ação do sujeito, entendido como Para-si, liberdade radical e incondicionada que se realiza precisamente por meio da ação de autoconstituição. Com efeito, a filosofia existencialista consiste numa filosofia do processo de subjetivação do sujeito, ou seja, processo existencial de constituição do próprio sujeito por meio de escolhas feitas pela liberdade vivida nas situações históricas. Assim, o que define de maneira singular a condição da mulher é o fato de que afirmar-se como sujeito contraria as exigências de sua situação. Aceitar-se, no entanto, como Outro é negar a reivindicação fundamental do sujeito que ela é e resulta na prática de condutas enredadas pela má-fé, isto é, práticas que visam dissimular a servidão em liberdade. Por consequência, com o esforço de pôr-se como Sujeito, que é sempre ético, existe também a tentação de constituir-se como objeto por meio da fixação do ser. É essa ambiguidade constituinte de todo existente que se traduz de forma específica na constituição do feminino quando na sociedade patriarcal se pretende que o homem responsabilize-se por justificar sua existência, de modo que não cabe a ela inventar seus próprios fins, mas aceitar o destino que lhe é dado de fora e que se caracteriza pela negação da liberdade. Desse modo, nosso propósito é compreender como a construção histórica do feminino se dá mediante a constituição de uma subjetividade que pretende se negar e ser negada enquanto tal e que, portanto, só pode dar-se no regime da má-fé |