O Cesto Kaipó dos Krahó: uma Abordagem Visual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1994
Autor(a) principal: Castro, Esther de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-30092015-112842/
Resumo: Esse estudo objetiva mostrar a inserção sistemática do cesto do tipo Kaipó na sociedade Krahó. Paralelamente sugere um meio de abordagem dos artefatos através do desenho de observação e da reconstrução técnica. Sugere, ainda, o uso do desenho de observação como meio de comunicação dos processos tecnológicos dos artefatos. A análise dos aspectos visuais e estruturais da coleção de cestos Kaipó do acervo do Museu Paulista forneceu dados etnográficos. São 51 exemplares coletados por Harald Schultz e Vilma Chiara nas aldeias Krahó entre as décadas de 40 a 60. Na atualidade dos Krahó não confeccionam o cesto Kaipó. Assim, alguns dados etnográficos foram relacionados a diversos aspectos sociais e culturais dessa etnia, através da pesquisa de campo e da bibliografia pertinente. Outros dados etnográficos remetem a questões, especialmente os trançados específicos desse tipo de cesto - os enfeites - e a seleção de trançados que adotavam frente a um leque de possibilidades suas conhecidas. O cesto Kaipó expressava com seu trançado em diagonal de buriti um mesmo princípio dual ordenador do mundo Krahó. 106 .O cesto Kaipó explicitava aliança social entre parentes afins adquiridos via a relação marido-esposa. O cesto kaipó guardava os bens particulares de uma esposa - iguarias, miudezas e coco-debabaçu - os quais eram consumidos por outras pessoas, mas tendo a sua proprietária como mediadora. De modo claro, as miudezas e o coco-de-babaçu são matéria-prima para a elaboração do corpo humano; através do corte dos cabelos, da depilação, dos adornos e do ato de colorir a pele a mulher constrói aspectos da pessoa Krahó, sejam outras mulheres, crianças e principalmente homens. Essa característica do cesto permanece em uso: recipientes - latas circulares de folhas de flamdres - de tamanhos aproximadamente iguais aos Kaipó são usados com a mesma finalidade e com o mesmo gestual dos antigos Kaipó.