Estado nutricional de mulheres, mães de crianças menores de cinco anos - Jordão - Acre - Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Koury Filho, Hélio Cezar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09042010-164539/
Resumo: Introdução - O estado nutricional tem repercussões importantes durante as mudanças pelas quais passa o corpo da mulher no processo de ser mãe, desde a concepção, gestação, parto e puerpério, continuando após este período. Porém, o estado nutricional da mulher é muito priorizado antes, durante e até um ano após a gestação - mais em função da influência que este pode ter sobre o peso ao nascer e as condições de amamentação da criança, do que pelos benefícios potenciais para a própria mãe. Por isso, há escassez de estudos sobre o estado nutricional de mães fora do período gravídico-puerperal. Objetivo - Descrever e analisar o estado nutricional e o acesso a serviços de saúde materna das mulheres, mães de crianças menores de cinco anos, no município de Jordão, Acre - Brasil no ano de 2005. Método - Trata-se de um estudo transversal de base populacional com 267 mulheres mães de crianças menores de cinco anos participantes da pesquisa Situação Nutricional do Município do Jordão (SINJORDÃO). Foram coletadas informações sobre características demográficas, socioeconômicas, antropométricas, de morbidade e condições de saúde. O estado nutricional foi classificado de acordo com o IMC adotando como ponto de corte os sugeridos pela Organização Mundial de Saúde (1995): Baixo peso (IMC < 18,5); Eutrófico (18,5 IMC < 25); Sobrepeso ( 25 IMC < 30) e Obesidade (IMC 30). A determinação de hemoglobina sangüínea foi feita por punção digital com uso de hemoglobinômetro portátil Hemocue, adotando-se Hb <12,0 g/dL para diagnóstico de anemia. Para análise estatística utilizou-se o teste de quiquadrado, adotando-se p<0,05. Resultados - O percentual de baixo peso foi de 3,4 por cento e não houve diferença estatística para nenhuma das variáveis avaliadas, a de sobrepeso (SP) foi de 27,7 por cento e a de obesidade (OB) foi de 6 por cento. Somando estas duas últimas categorias (SP+OB), o excesso de peso foi maior entre as indígenas (41,4 por cento p = 0,011), quem recebia benefícios sociais (50 por cento p = 0,005), casadas (35,5 por cento p = 0,038), não fumantes (38,3 p = 0,056) e quem pariu acompanhada de profissional de saúde (39 por cento p = 0,05). A anemia foi encontrada em 26,1 por cento das mulheres e foi maior entre as que não fizeram pré-natal (32,9 por cento p = 0,008), tiveram internação após o parto (57,1 por cento p = 0,007) e as que amamentaram exclusivamente menos de trinta dias (29,2 por cento p = 0,038). Apenas 45,5 por cento fez pelo menos uma consulta no pré-natal, e apenas 44,2 por cento tiveram parto em instituições de saúde. Conclusão - Este trabalho mostrou que as mulheres mães de crianças com 5 anos ou menos, o acesso ao serviço de saúde é muito abaixo do esperado para a região Norte. Apesar de viverem em situação sócio-econômica precária, vivenciam a transição nutricional. Foi possível observar que entre as mulheres menores de cinco anos no Jordão, Acre, o baixo peso se apresenta de forma normal, não sinalizando como problema de Saúde Pública, ao contrário do excesso de peso e da anemia, que apesar de ainda não se configurar com a gravidade que se encontra de modo geral no Brasil, apresenta uma tendência a agravar conforme se promovem mudanças na ordem econômica