Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Vallim, Frederico Coutinho de Moura |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-05012024-152347/
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Resumo: |
A luxação do quadril na paralisia cerebral pode acometer até 90% dos pacientes que não deambulam, causando dor, dificuldade de sedestação e de higiene perineal, além do desenvolvimento de escoliose e obliquidade pélvica. O tratamento cirúrgico mais utilizado é pela reorientação do fêmur proximal com a osteotomia de rotação e varização femoral (ODVF). No entanto, até 77% dos pacientes mais gravemente acometidos podem apresentar recidiva da deformidade no longo prazo. Apresentamos modificação técnica que visa modificar a direção da força resultante no fêmur proximal ao medializar a diáfise femoral, retardando a remodelação óssea que leva à recidiva da luxação até a maturidade esquelética. Acompanhamos 140 pacientes submetidos a ODVF bilateral (280 quadris), comparando suas características clínicas pré operatórias e radiológicas pré e pós operatórias até a maturidade esquelética. Além disso, foi avaliada a concordância inter e intra observadores do índice de medialização (MeI) da diáfise femoral e testada a estabilidade desta modificação em modelos sintéticos in vitro. A falha do tratamento foi definida pela migração lateral da cabeça femoral superior a 40% na maturidade esquelética ou a necessidade de reoperação por luxação precoce.Não encontramos diferenças entre os grupos com ou sem recidiva em relação a idade, sexo, classificações funcionais, tipo de implante utilizado, padrão de acometimento motor, tipo e quantidade de comorbidades. Os ângulos cervico diafisário (ACD), céfalo diafisário (ACED) e índice acetabular (IA) não diferiram pré operatoriamente entre os grupos. Nenhuma apresentou-se como fator de risco para recidiva na análise multivariada, contrariamente ao encontrado na análise univariada por regressão de Poisson. O IA apresentou remodelação progressiva, maior nos quadris que se mantiveram reduzidos no longo prazo. Os grupos diferiram estatisticamente no pré operatório em relação ao percentual de migração lateral da cabeça femoral (MP), mas esse não se mostrou fator de risco na análise multivariada. O MeI diferiu significativamente, sendo maior no grupo sem falha do tratamento, definindo-se como fator protetor contra luxação recidivante. Além disso mostrou boa concordância intra e inter observadores e segurança nos testes mecânicos em laboratório. Houve cerca de 25% de incidência de necrose avascular da cabeça femoral, mas 75% destas assintomáticas. Não houve relação entre a classificação morfológica final do quadril e a presença de dor ou dificuldade de sedestação no pós operatório tardio. Assim, somente a medialização da diáfise femoral se mostrou fator de possível controle intra operatório simples e protetor contra recorrência de instabilidade do quadril nos pacientes não deambuladores com paralisia cerebral. |