Vivências, sentimentos e as ações adotadas por estudantes que observam situações de bullying escolar à luz da teoria social cognitiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Romualdo, Claudio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-24092020-121808/
Resumo: Os índices elevados de ocorrência de bullying e suas consequências para os envolvidos o caracterizam como problema de saúde pública global. Na escola, bullying tem sido descrito como um tipo de violência intencional, repetitivo e com desequilíbrio de poder entre vítimas e agressores, ou seja, entre estudantes. Tal noção de violência permeia este estudo, que almejou compreender a vivência de estudantes identificados como observadores e testemunhas de bullying na escola. Trata-se de uma pesquisa qualitativo-descritiva desenvolvida em escola privada de Franca, SP. Vinte discentes do 9º ano do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio foram selecionados como estudantes participantes da pesquisa segundo critérios de saturação. Os dados derivaram de respostas de questionário diagnóstico de testemunhos de bullying (foram consideradas ocorrências nos seis meses pré-coleta de informações), relatos em entrevistas (semiestruturadas e individuais) e falas em sessões de grupos focais (duas com alunos, duas com alunas, separadamente). A pesquisa seguiu pressupostos da teoria social cognitiva, de Albert Bandura. Os dados gerados foram analisados segundo critérios da análise temática, segundo Braun e Clarke. No diagnóstico realizado se identificou que 79% dos estudantes indicaram que na escola acontece bullying. Os resultados foram agrupados em cinco categorias temáticas (testemunho de bullying na escola; explicações para ocorrência de bullying; tomada de atitude, reforço e sentimentos; lógicas para a intervenção; escolas e famílias). No conjunto dos dados, os estudantes atribuem sentidos adicionais ao fenômeno bullying e não o reduzem à manifestação da violência física. Verificou-se também que os participantes demonstram conhecer as situações de bullying como problema, mas que muitas vezes lhes falta o senso de autoeficácia para adotar ações de ajuda ou defesa das vítimas. O estudo revela ainda que os participantes só tomaram alguma atitude perante uma situação de bullying quando havia relação de afeto ou intimidade com a vítima. A experiência de alunos e alunas divergiu pouco no caso de diálogos individuais (entrevistas) e coletivos (sessões de grupo focal). Ainda assim, cabe salientar a importância de estudantes observadores como grupo de potencial elevado para prevenir bullying na escola. Esse potencial, porém, precisa ser explorado mediante ações institucionais que lhes permitam aumentar seu senso de autoeficácia e de responsabilidade coletiva pela abordagem das agressões que testemunham na escola.