Traços do chão, tramas do mundo. Representações do político na escrita de Mia Couto e Patrick Chamoiseau

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Luana Antunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-27042015-111512/
Resumo: Como gesto de resistência ao colonialismo e em relação às assimetrias impostas pelos centros homogênicos, em face do poder político das metrópoles europeias, escritores de margens periféricas assumiram um papel protagonista na luta pela libertação de seus países. Os sistemas literários que floresceram ao longo desse período de luta anticolonialista também estreitaram relações entre esses escritores, cujas ideias circularam pelas metrópoles e pelos territórios colonizados. No caso dos territórios africanos colonizados por Portugal, se em 1975 alcançaram a independência após mais de uma década de conflito armado, o mesmo não ocorreu com as ilhas antilhanas sob a dominação francesa exceto o Haiti, cuja independência se deu no século XIX. Desse modo, considerando essa diferença histórica, convocamos neste trabalho textos de reflexão do escritor martinicano Patrick Chamoiseau e o do moçambicano Mia Couto, cujos desempenhos como intelectuais, na cena global da informação, os colocam em destaque na busca por respostas capazes de discutir as tensões político-culturais próprias da contemporaneidade. Assim, propomos, pelo método comparativo e por critérios metodológicos dialéticos, analisar os ensaios Lintraitable beauté du monde adresse à Barack Obama (2009), uma coautoria de Patrick Chamoiseau e Édouard Glissant, e E se Obama fosse africano? (2009c), de Mia Couto, procurando destacar as estratégias de revisão epistemológica de conceitos eurocêntricos, bem como as de inserção do pensamento de margem na cena política global. Em um segundo movimento analítico, propomos confrontar três linhas de força que se apresentam nos romances Texaco (1993b), de Patrick Chamoiseau, e Jesusalém (2009b), de Mia Couto, quais sejam, as representações da memória, do feminino e do espaço. Entendemos tais representações como importantes elementos do campo de articulação de forças políticas direcionado à construção de projetos identitários na Martinica e em Moçambique, em relação com o sistema planetário.