A metrópole e o planejamento urbano: revisitando o mito da Curitiba-modelo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Stroher, Laisa Eleonora Maróstica
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-18092015-154553/
Resumo: A pesquisa visa constituir uma leitura crítica da trajetória de planejamento urbano na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a partir da década de 1960 até hoje. A análise guarda a peculiaridade da experiência de planejamento em Curitiba ser comumente referenciada como um \"modelo\", que teria conferido uma qualidade de vida que distinguiria a cidade das demais metrópoles brasileiras. A investigação questiona este ponto de vista, através da análise das contradições observadas entre, de um lado, as principais estratégias espaciais estatais para a RMC (como os planos diretores e algumas intervenções territoriais), bem como as justificativas e o discurso do poder público sobre tais propostas; e, de outro, alguns aspectos relacionados ao processo de urbanização da metrópole (como a segregação socioespacial). A partir disso, evidenciam-se diversas características do planejamento \"modelo\" de Curitiba que não diferem do que se observa em outras metrópoles. Constata-se uma visão espacial seletiva e elitista. Também é notável a desarticulação entre as diversas escalas de planejamento (municipais e metropolitana), associada a uma sobreposição da visão do município de Curitiba. Da mesma forma, nota-se o não enfrentamento da questão fundiária, ignora-se ou são distorcidos os instrumentos voltados a coibir a especulação imobiliária. Ao mesmo tempo, aprofunda-se a lógica do empreendedorismo urbano, calcada nas parcerias público-privadas e na reconcentração de investimentos em áreas já privilegiadas. Argumenta-se que estas questões contribuem para a manutenção do processo de segregação socioespacial na metrópole, comprometendo, assim, a noção de Curitiba como uma \"cidade-modelo\" ou o seu planejamento urbano como um modelo a ser perseguido.