Impacto da utilização do critério de infecção da corrente sanguínea associada a lesão da barreira mucosa em pacientes com tumores sólidos e neoplasias hematológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Ana Carolina Puin da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-08062021-121437/
Resumo: Introdução: Em 2013 o Centers for Disease Control (CDC) definiu critérios de infecção de corrente sanguínea associada a lesão de barreira mucosa (ICS-LBM), excluindo das taxas de infecção da corrente sanguíena associada a cateter venoso central (ICSCVC) os casos cuja fonte sejam provavelmente a translocação do trato gastrintestinal. O impacto da utilização deste critério, assim como a verificação da consistência de sua aplicação, deve ser analisado. Objetivos: Avaliar e comparar a interferência da utilização do critério de ICS-LBM na densidade de incidência (DI) de ICS-CVC em pacientes com tumores sólidos e neoplasias hematológicas, em unidades de internação e de terapia intensiva. Avaliar também, entre os casos classificados como ICS-LBM, a proporção com diagnóstico de infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter venoso central (ICSRC). Método: Estudo de coorte retrospectiva. Foram revisadas as ICS-CVC, de 2015 a 2017, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, e foram reclassificadas como ICS-LBM e ICSRC, segundo os critérios do CDC e da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas, respectivamente. Os desfechos avaliados foram: densidade de incidência de ICSCVC considerando ou não as ICS-LBM, densidade de incidência de ICS-LBM e proporção de ICSRC entre as classificadas como ICS-LBM. As taxas foram comparadas entre pacientes com tumores sólidos ou neoplasias hematológicas, e entre os pacientes nas diferentes unidades de internação. Resultados: Foram detectadas 339 ICS-CVC no período, sendo 51 (15,0%) classificadas como ICS-LBM, e entre as últimas, 10 (19,6%) cumpriram critério para ICSRC. Nos pacientes com tumores sólidos, a densidade de incidência de ICS-CVC caiu de 2,67 para 2,60 após retirada das ICS-LBM, e entre estas, nenhuma era ICSRC; na população com neoplasia hematológica, a densidade de incidência de ICS-CVC caiu de 9,61 para 5,57 após retirada das ICS-LBM, e entre estas, 22,2% eram ICSRC. Na unidade de terapia intensiva, nos pacientes com tumores sólidos, a densidade de incidência de ICS-CVC caiu de 2,47 para 2,35 após retirada das ICS-LBM, e entre estas, nenhuma era ICSRC; na população com neoplasia hematológica, a densidade de incidência de ICS-CVC caiu de 34,21 para 26,37 após retirada das ICS-LBM, e entre estas, 27,2% eram ICSRC. Nas unidades de internação, nos pacientes com tumores sólidos, não houve redução na densidade de incidência de ICS-CVC após retirada das ICS-LBM, e entre estas, nenhuma era ICSRC; na população com neoplasia hematológica, a densidade de incidência de ICS-CVC caiu de 6,07 para 2,57 após retirada das ICSLBM, e entre estas, 20,5% eram ICSRC. Discussão e conclusões: O uso dos critérios de ICS-LBM diminuiu significativamente a densidade de incidência de ICS-CVC nos indivíduos com neoplasia hematológica, porém não naqueles com tumores sólidos, independentemente da unidade de internação. No entanto, uma proporção significativa dos casos classificados como ICS-LBM era, na verdade, para ICSRC. O uso dos critérios combinados pode medir os riscos associados com maior acurácia e, consequentemente, melhor orientar as medidas de prevenção e controle