Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Cayres, Alina Zoqui de Freitas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09112023-153653/
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Resumo: |
O presente estudo teve por objetivo investigar os projetos terapêuticos nos Centros de Atenção Psicossocial para a Infância e a Adolescência (CAPSi) na perspectiva dos trabalhadores de saúde mental. Os CAPSi são serviços da rede de Saúde Mental do Sistema Único de Saúde, interdisciplinares e comunitários que oferecem atendimento às crianças e adolescentes com transtornos mentais graves. Para a investigação foi realizada uma pesquisa qualitativa composta de 26 entrevistas semidirigidas com profissionais de nível superior de cinco CAPSi do município de São Paulo. O referencial teórico adotado foi a obra de Michel Foucault e a técnica de tratamento dos dados foi a análise de conteúdo. Os entrevistados abordaram: o trabalho com crianças e adolescentes quanto às políticas públicas; construção da identidade do CAPS; temas e problemas ligados ao atendimento ampliado; demandas vs. necessidades; o papel da família; infância, adolescência e patologias graves; elaboração de projetos terapêuticos; trabalho em equipe; e retaguarda. Além disso, os entrevistados descreveram o modo como funciona e/ou como deveria funcionar o planejamento do trabalho clínico, desde a entrada até a saída do usuário, elencando as atividades oferecidas e o modo como a equipe se organiza. Para eles é geralmente no momento de entrada, na etapa de triagem, que se elabora projetos terapêuticos, entretanto discussões e revisões posteriores são escassas. Outras situações que dificultam a realização de projetos terapêuticos foram apontadas: falta de parcerias com outros setores e entidades, embora isso varie de unidade para unidade; falta de clareza nas atribuições profissionais dos membros da equipe; falta de retaguarda em recursos humanos e formação, principalmente na atividade de supervisão. Diante das análises conclui-se que: 1) Usuários do serviço são vistos pelos profissionais como crianças e adolescentes que pouco se desenvolvem e encontram-se desamparados por viverem numa situação familiar e social carente e vulnerável. 2) A socialização de crianças e adolescentes foi observada como prioridade no cuidado, havendo predomínio na oferta de atividades grupais no serviço e o uso do critério de adaptação na evolução dos casos. Percebeu-se que os entrevistados apresentaram preocupação em adequar seus discursos aos conceitos-chaves adotados nas diretrizes e políticas públicas da promoção da Saúde Mental, sendo eles: cidadania, singularidade, autonomia, socialização, inclusão social, interdisciplinaridade, intersetorialidade, clínica ampliada, integralidade, entre outros. 3) os profissionais demonstraram dificuldade em lidar com suas especificidades profissionais e, por vezes, fizeram uso de referentes pessoais na delimitação das competências necessárias para o trabalho. Por fim, o desafio está em se pensar a construção de projetos terapêuticos associados a uma clínica que ultrapassa o critério da socialização e inclua um acompanhamento constante, o que pode levar a um outro modo de pensar o planejamento do cuidado. |