Um estudo sobre as funções da tatuagem e da identificação à luz da psicanálise Freudiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Gláucia Faria da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-25072012-085334/
Resumo: Elemento milenar, a tatuagem renasce entranhada na lógica do consumo e da exibição, arrastada por um apelo subjetivante frente ao enfraquecimento dos discursos totalizantes. Fenômeno presente em todas as camadas sociais e com ampla inserção em qualquer grupo etário, a tatuagem tem sua motivação comumente relacionada ao prazer estético, à beleza corporal e ao interesse por arte, e tende a ser vivida como um fim em si mesma. Estas referências, entretanto, são insuficientes para explicar a experiência da tatuagem enquanto surgimento de uma essência verdadeira, capaz de dizer mais do sujeito do que ele mesmo ousaria revelar, bem como os enigmáticos pesadelos, as tentativas de apagamento e o caráter compulsivo que envolve a prática. Nosso foco, portanto, foi desdobrar os discursos em dados capazes de refletir a dinâmica e as funções inconscientes da tatuagem e do corpo na dinâmica psíquica. Entrevistamos jovens adultos que tivessem no mínimo três tatuagens. Cada entrevista semidirigida foi reconstruída buscando-se o núcleo conflitivo, configurado em torno da perda do objeto ou de sua presença excessivamente excitante. Partimos de um amplo levantamento bibliográfico sobre o tema, realizamos um aprofundamento do conceito de identificação na obra de Freud e comentadores e selecionamos três casos para a análise. Os casos abordam a função da tatuagem e o conceito de identificação através de exemplos de luto patológico, da prevalência do Unheimliche na identificação histérica e do papel do superego nas identificações edípicas. Sob a perspectiva conceitual adotada a identificação a dinâmica do aparato destacou a importância do objeto na estruturação psíquica e as consequências avassaladoras de sua ausência ou perda. Por fim, dentro de suas especificidades, cada caso revelou a potência da pulsão de morte nas experiências de desobjetalização e o recurso recorrente ao corpo e às marcas corporais como tentativa de subjetivação e inscrição social e psíquica. A conclusão indica que o corpo tem sido convocado como importante instrumento de laço social e peça fundamental na estruturação psíquica individual. Quanto à identificação, destacamos seu papel preponderante na articulação dos polos eu-outro, enquanto preside a fluida localização do objeto no psiquismo e responde pela infiltração do superego na dinâmica egoica