Estudo psicanalítico sobre a gramática da maldade gratuita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Brulhart-Donoso, Marie Danielle
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-19072011-160217/
Resumo: A cultura ocidental contemporânea trouxe para a história do homem novas modalidades de crime e novos tipos de criminosos. A magnitude da destruição do outro alcançou cifras e situações sem precedentes. Embora Freud pensasse que, em princípio, os homens acertassem seus conflitos por meio da violência, nosso estudo foca um tipo específico de sofrimento infligido ao outro: aquela destruição da alteridade que traz consigo aspectos da ordem do excesso, onde não se encontra explicação para tal ação, denominada coloquialmente de maldade gratuita. Ao longo do trabalho tornou-se cada vez mais evidente que esse fenômeno não poderia nem ser examinado somente à luz da Psicanálise, nem ser desarticulado de seu contexto social, histórico e político. Abrimos, assim, o diálogo com a Filosofia e a História. Levantamos a hipótese de que o papel destrutivo do(s) algoz(es) pode ser vivido de duas formas diferentes: 1) a que pensa um malfeitor implicado em um cenário propiciador de prazer; 2) a que fala de um opressor que atua com total indiferença. Deixando de lado a violência do plano da cena sexual, focamos nosso estudo em circunstâncias não sexuais, strictu sensu. No campo da Filosofia, a contribuição de Hannah Arendt sobre a questão da banalidade do mal e sua retomada do conceito kantiano de mal radical pareceu-nos importante. Isso nos permitiu questionar a possibilidade da existência do mal fora da psicopatologia, como proposto pelos autores que acompanharam Arendt nesse capítulo. Chegamos à conclusão de que não existe maldade de fato gratuita porque para o opressor há sempre um sentido prévio que o leva a passar ao ato. Do ponto de vista da Psicanálise, no entanto, não há lugar para que pessoas banais no sentido arendtiano do termo - transformem-se em criminosos. Falamos assim da perversidade e do fenômeno da massa para pensar que tipo de moral está por trás dos massacres, tais como o Holocausto, Ruanda e Balkans, entre outros