Efeito da administração crônica de diferentes doses de fluoreto na glicemia, insulinemia e sinal insulínico em tecido muscular e hepático de ratos Wistar diabéticos e não diabéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Lobo, Janete Gualiume Vaz Madureira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-23042014-102008/
Resumo: O fluoreto (F) é amplamente empregado na Odontologia para o controle da cárie dentária. Entretanto apesar de suas propriedades terapêuticas, também pode oferecer riscos ao organismo se aplicado ou consumido de maneira indiscriminada ou inadequada. São encontrados estudos em humanos associando o consumo excessivo de F com intolerância à glicose. Estudos com animais submetidos a doses agudas ou crônicas altas de F revelam alterações na cascata de sinalização insulínica. Entretanto, seu efeito quando administrado em doses crônicas associadas àquelas equivalentes em humanos que recebam níveis ótimos de F através da água artificialmente fluoretada ou níveis aumentados através da água naturalmente fluoretada, ou ainda quando administrado a animais com diabetes já instalada, nunca foi testado. O presente trabalho teve por objetivo avaliar, em ratos normais ou com diabetes já instalada, expostos cronicamente a doses de F na água de beber que simulam a ingestão de F pela água natural e artificialmente fluoretada, parâmetros relacionados à interferência do F na resistência à insulina. Para tanto, foram utilizados inicialmente 214 ratos Wistar, com 60 dias de idade. Dentre estes, foi induzido diabetes em 133 animais por injeção intraperitoneal de estreptozotocina (50 mg/Kg peso corporal), sendo que 111 animais tiveram diabetes confirmado e foram aleatoriamente alocados a 3 grupos, diferindo em relação à concentração de F na água de beber (0, 10 ou 50 ppm), com a qual foram tratados por 22 dias. Oitenta e um animais não diabéticos foram também aleatoriamente alocados a estes 3 grupos. Decorrido o período experimental, os animais foram eutanasiados e foram avaliados: fluoremia, glicemia, insulinemia, concentração de F no fígado, a velocidade de desaparecimento da glicose sanguínea após estímulo insulínico (KITT), a resistência à insulina (HOMA2-IR), sensibilidade à insulina (%S) e função das células β pancreáticas (%B) e grau de fosforilação em tirosina do substrato do receptor de insulina pp185 (IRS-1/IRS-2) após estímulo insulínico, em tecidos muscular e hepático (Western blotting). As análises laboratoriais revelaram que: 1) houve dose-resposta para as concentrações de F no plasma e no fígado, sendo as concentrações maiores nos animais diabéticos comparados aos não diabéticos; 2) a glicemia não foi alterada mediante exposição ao F, tanto para animais não diabéticos quanto para animais diabéticos, embora estes tenham apresentado glicemias significativamente mais altas que aqueles; 3) os animais diabéticos apresentaram uma insulinemia significativamente menor quando comparados aos não diabéticos e o tratamento com F não afetou a insulinemia nos animais não diabéticos, mas a reduziu nos diabéticos, sem efeito dose-resposta; 4) a KITT foi significativamente menor nos animais diabéticos comparados aos não diabéticos (controle e tratados com 10 ppm F); 5) independentemente do tratamento com F, a %B nos animais diabéticos foi significativamente menor que aquela observada para os não diabéticos; 6) o índice HOMA2-IR e a %S não apresentaram diferenças significativas nem para os tratamentos com F nem para os animais diabéticos e não diabéticos, sendo que para aqueles foi observada uma tendência de aumento nos grupos tratados com F, especialmente para o grupo de 10 ppm F; 7) não houve alteração significativa no grau de fosforilação em tirosina da pp185 em função do tratamento com F.