Ausência da interleucina-22 interfere na microbiota bucal e na progressão de lesões periapicais induzidas em dentes de camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Oliveira, Katharina Morant Holanda de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-17052013-164100/
Resumo: Introdução: O objetivo deste trabalho foi caracterizar a composição da microbiota bucal e a formação e progressão de lesões periapicais induzidas experimentalmente em dentes de camundongos knockout para IL-22 (IL-22 KO) comparados com animais wild-type (WT). Material e Métodos: Inicialmente, foi realizada a avaliação do perfil microbiano da cavidade bucal dos animais (40 espécies de micro-organismos), no dia das exposições pulpares, por meio de técnica de biologia molecular (Checkerboard DNA-DNA hybridization). Em seguida, lesões periapicais foram induzidas nos primeiros molares inferiores dos camundongos e, decorridos os períodos de 7, 21 e 42 dias, os animais foram submetidos à eutanásia em câmara de CO2. As mandíbulas foram então removidas e submetidas ao processamento histotécnico. A seguir, cortes representativos de cada dente foram corados com hematoxilina e eosina (HE), para descrição do tecido pulpar e das regiões apical e periapical, em microscopia óptica convencional e mensuração da área das lesões periapicais em microscopia de fluorescência. Além disso, cortes sequenciais foram avaliados por meio de: histoenzimologia para a marcação de osteoclastos (TRAP), coloração de Brown & Brenn (para identificação de bactérias) e imunohistoquímica (para identificação de RANK, RANKL e OPG). Os escores da quantidade de células bacterianas, para cada uma das 40 espécies avaliadas, foram submetidos à analise estatística empregando o teste não-paramétrico de Mann-Whitney para amostras independentes, para comparação entre os grupos. Os resultados numéricos obtidos na análise morfométrica da área das lesões periapicais e do número de osteoclastos foram submetidos à análise estatística \"one-way\" ANOVA e pós-teste de Bonferroni. Para todas as análises foi adotado o nível de significância de 5%. Resultados: Em relação ao perfil microbiano encontrado na cavidade bucal dos animais, foi possível observar diferença estatisticamente siginificante entre os dois grupos de animais para 6 espécies bacterianas (p<0,05), sendo 5 dessas espécies mais encontradas nos animais WT e apenas 1 encontrada em maior quantidade nos animais IL-22 KO. Já em relação à análise microscópica, o grupo dos animais WT mostrou diferença estatisticamente significante entre 7 e 42 dias e entre 21 e 42 dias, com aumento progressivo no tamanho das lesões e no número de osteoclastos (p<0,05). No grupo dos animais IL-22 KO, houve um aumento do tamanho da lesão e do número de osteoclastos entre 7 e 21 dias, seguido de diminuição desses parâmetros entre 21 e 42 dias, com diferença significante (p<0,05) entre 7 e 21 dias. Além disso, na comparação entre os dois tipos de animais, foram encontradas diferenças significantes (p<0,05) em relação ao tamanho das lesões periapicais e ao número de osteoclastos aos 42 dias, sem diferenças em relação à localização de bactérias e imunohistoquímica. Conclusões: Esse estudo demonstrou diferenças na composição da microbiota bucal dos animais WT e IL-22 KO, o que pode ter influenciado na formação das lesões periapicais. Além disso, a ausência da IL-22 em camundongos interferiu na progressão das lesões periapicais, assim como no número de osteoclastos, sugerindo a participação da IL-22 na resposta imune e inflamatória do hospedeiro à infecção dos canais radiculares.