A organização curricular seriada: histórico, características, problematizações e a alternativa dos ciclos para a democratização da escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barros, Diego Navarro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48139/tde-23062021-110804/
Resumo: Nesta Dissertação, a organização curricular seriada é problematizada em face do processo de democratização da escola, fenômeno aqui compreendido para além da universalização do acesso e da igualdade de oportunidades educativas, mas abarcando também a busca pela igualdade de resultados. Para isso, é lançado mão de um trabalho de pesquisa bibliográfica, recuperando contribuições de ordem histórica, sociológica, pedagógica e de política educacional para traçar um panorama geral dos aspectos estruturais da organização curricular seriada, especialmente o ordenamento de tempos, espaços, avaliação da aprendizagem e sistematização dos conhecimentos escolares, além de um cotejamento com iniciativas de ciclos e os arranjos em combinação com a organização seriada, assim como as consequências oriundas disso, tanto em aspectos práticos, quanto naquilo que foi produzido academicamente sobre tais experiências. O debate a respeito da organização curricular da escola, sobretudo envolvendo a polarização entre seriação e ciclos, foi um dos temas centrais da produção acadêmica da área da Educação até o final da primeira década dos anos 2000, repercutindo iniciativas que buscaram a superação da seriação, quando perdeu proeminência para outros temas, como é o caso das avaliações externas. Ademais, constata-se que apesar da vasta produção teórica sobre os ciclos, bem como as iniciativas de implantação desse tipo de política em redes de ensino, a organização curricular seriada se manteve hegemônica, em linhas gerais, dentro do contexto nacional, ainda que alguns de seus traços, diretos e indiretos, possam ter tensionados, como se verifica no enfrentamento do fracasso escolar, expresso, também, nas elevadas taxas de reprovação com adoção, não sem resistências, de políticas de promoção automática, mesmo que às vezes apenas para algumas séries escolares como instrumento de regulação do fluxo escolar. Como resultado da pesquisa, os aspectos estruturantes da organização curricular seriada são compreendidos como respostas à demanda de massificação do aparelho escolar durante o decorrer do século XX, e que os obstáculos provindos desse processo, muitas vezes atribuídos pelos críticos à seriação, à essa forma de organização, fazem parte de um contexto de produção mais amplo, cujas dificuldades, inclusive, podem ser detectadas também em modelos alternativos à seriação, como os ciclos. Concluímos que as tentativas de reforma da escolarização, sob o paradigma da organização curricular seriada, ou através de sua contraposição pelos ciclos, não pode prescindir de um entendimento mais concreto, em suas múltiplas determinações, sobre os motivos do sucesso da seriação enquanto forma histórica e social de organização curricular da escola.