Implantes cefálicos helicoidais na fixação das fraturas da região trocantérica do fêmur. Real benefício ou avanço apenas teórico?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sugano, Vinicius Jorge
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PFN
TFN
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-10102023-160934/
Resumo: As fraturas do quadril são um grave problema mundial que tende a piorar com o envelhecimento populacional, acarretando elevados gastos com seu tratamento. Umas das patologias mais importantes neste contexto é a fratura da região peritrocantérica que, ainda hoje, gera discussão sobre as opções de tratamento. Atualmente, a osteossíntese com haste intramedular é o método mais utilizado, e não há na literatura muitos dados comparativos. O objetivo deste estudo foi observar se a troca de uma haste por outra de modelo mais recente geraria menores taxas de complicações e reoperações. Foram revisados 286 prontuários clínicos e radiológicos de pacientes operados no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no período de 1998 a 2016, incluindo-se 170 pacientes que apresentavam idade igual ou acima de 50 anos, fraturas isoladas classificação AO 31A, versões curtas ou standard do PFN (Proximal Femoral Nail) ou TFN (Trocantheric Femoral Nail), sem fraturas ou patologias, ou cirurgias prévias no quadril a ser estudado. Após os critérios de exclusão, o grupo PFN foi composto por 43 sujeitos e o grupo TFN por 41. Foram registrados dados clínicos e laboratoriais no período perioperatório como idade, sexo, lado acometido, hemoglobina e hematócrito, classificação AO, tempo decorrido entre a fratura e o tratamento cirúrgico, tempo de internação, complicações locais ou sistêmicas e necessidade de reoperações. Também foi avaliado o momento intraoperatório na presença de dificuldades e do tempo cirúrgico, além da análise radiográfica sobre a qualidade da redução e fixação da fratura. Os grupos foram comparáveis demograficamente, porém com maior proporção de fraturas mais instáveis no grupo TFN do que no grupo PFN, o percentual da fratura A1 foi maior no grupo PFN (30,2% >2,4%) e o percentual da fratura A2 foi maior no grupo TFN (95,1% >53,5%) (p<0,001). O grupo TFN foi tratado precocemente (TFN 2,7 dias; PFN 5,53 dias; p<0,001), com menos complicações pré-operatórias (5 contra 18, p=0,002). Durante as cirurgias, observouse menor tempo cirúrgico médio no grupo PFN (PFN 81 minutos; TFN 137 minutos; p<0,001), apesar de maior ocorrência de dificuldades técnicas (p=0,25). O tempo médio de internação foi maior no grupo PFN (5,56 contra 3,37 dias; p<0,001), apesar de não haver diferença significativa na frequência de complicações ou reoperações por falha de consolidação ou conversão para artroplastia (TFN 2; PFN 7; p=0,09; RR=3,33). Houve melhores reduções das fraturas no grupo TFN com taxa de 73,2% contra 44.2% no grupo PFN, além de melhor posicionamento do implante, tanto na avaliação pelo TAD (Tip Apex Distance) (p<0,001) quanto pelos métodos de Parker (p<0,001 na projeção anteroposterior) e dos nove quadrantes (p=0,04). Portanto, não foi possível afirmar se há diferença entre a ocorrência de complicações e as reoperações; logo não se justifica, até aqui, a substituição do PFN pelo TFN e seus maiores custos.