Caracterização fenotípica do camundongo BALB/c mutante anêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Miyashiro, Samantha Ive
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-29042013-155003/
Resumo: Várias linhagens de camundongos resultam de mutações genéticas pontuais espontâneas ou induzidas e estas alterações podem apresentar fenótipos relevantes semelhantes a doenças hereditárias humanas. Massironi et al. (2006) desenvolveram vários camundongos BALB/c mutantes com o agente mutagênico etil-nitroso-uréia (ENU) no Biotério de Experimentação do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo. Destes, o mutante chamado anêmico foi objeto de estudo desta pesquisa, que tem como objetivo a sua fenotipagem. A avaliação hematológica revelou moderada anemia com intensa policromasia e reticulocitose, acompanhada de anisocitose, macrocitose, hipocromia, inclusões intraeritrocíticas e corpúsculos de Heinz, do nascimento até 18 meses de idade. Apresentaram também hemoglobinúria, bilirrubinemia, hiperfosfatemia e populações eritrocíticas com diferentes resistências à lise osmótica. No estudo da hemoglobina, não foi possível distinguir Hb anormal pela eletroforese em acetato-celulose em pH alcalino, ou cadeia globínica diferente pela eletroforese de cadeias globínicas em pH alcalino, mas constatou-se precipitação da hemoglobina no teste de estabilidade térmica e no teste de isopropanol. Na necrópsia, observou-se intensa esplenomegalia, especialmente nas fêmeas de 12 a 18 meses de idade, discreta hepatomegalia, moderada cardiomegalia e icterícia subcutânea. No exame histopatológico, observou-se intenso aumento da hematopoiese e hemossiderose nos órgãos hematopoiéticos e nas células tubulares renais notou-se deposição de ferro intracitoplasmático e houve aumento da concentração de creatinina plasmática animais mais idosos. Estes dados permitem classificar o quadro como anemia hemolítica congênita regenerativa crônica, semelhante a quadros de anemia por hemoglobina instável, descritos para humanos. Massironi (dados não publicados) concluiu o mapeamento genético deste mutante, que revelou a troca de aminoácidos na posição 88 da cadeia beta da hemoglobina (leucina por prolina), devido à troca de T por C no gene da globina β Hbb-b1 no cromossomo 7, que corresponde à mutação da hemoglobina de Santa Ana descrita em humanos. A Hb Santa Ana é uma hemoglobina instável rara, com descrição de casos no Brasil, EUA, França, Hungria e Japão e que resulta em importante anemia hemolítica congênita crônica com evidente esplenomegalia. Este camundongo BALB/c mutante anêmico apresenta fenótipo e genótipo muito similares ao quadro de hemoglobina instável de Santa Ana e, considerando-se a importância dos modelos animais para o avanço dos estudos de doenças humanas, este modelo seria o primeiro camundongo mutante descrito para o estudo desta doença.