Prevalência de espécies de orthotospovirus infectando tomateiros portadores do gene Sw-5 e efeito do crinivirus Tomato chlorosis virus na infecção com orthotospovirus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Hasegawa, Jorge Massaki
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-14022022-171836/
Resumo: Dentre as principais doenças do tomateiro, as de etiologia viral apresentam um papel central no manejo fitossanitário da cultura, principalmente os chamados orthotospovirus, que são coloquialmente conhecidos no Brasil como \"vira-cabeça\", que incluem quatro diferentes espécies de vírus do gênero Orthotospovirus, denominadas de Tomato spotted wilt virus (TSWV), Tomato chlorotic spot virus (TCSV), Groundnut ringspot virus (GRSV) e Chrysanthemum stem necrosis virus (CSNV). Este assim denominado \"complexo do vira-cabeça\" é transmitido de maneira persistente propagativa por diferentes espécies de Thysanoptera, sendo particularmente importante por apresentar um modelo epidemiológico de doença policíclica com disseminação primária contínua, em que o vetor e as hospedeiras alternativas dos vírus conferem uma relevância mais ampla, exigindo, mais do que um manejo local, um manejo regional. Para contornar essa particularidade, a resistência genética se mostra primordial para um manejo sustentável. No caso do tomate, a utilização de cultivares que carregam o gene Sw-5, que confere resistência de amplo espectro às principais espécies de orthotospovirus, é bastante utilizada, constituindo-se uma característica básica na tomaticultura moderna. Todavia, é cada vez mais comum a ocorrência de sintomas de orthotospoviroses em campos comerciais de tomates portadores do gene Sw-5. O presente trabalho teve por objetivo estudar a prevalência das diferentes espécies de orthotospovirus em campos comerciais de tomate de mesa em diferentes regiões produtoras, a partir de levantamentos em parcelas demarcadas de 1 mil plantas. Adicionalmente, estudou-se o efeito da coinfecção com o crinivírus ToCV e o efeito do híbrido em homozigose na infectividade das espécies encontradas. Concluiu-se que a incidência de viroses em campos comerciais de cultivo de tomate portadores do gene Sw-5 nas safras de 2017 e 2018 com sintomas associados ao complexo do \"vira-cabeça\" foram baixas, variando entre 0,1 a 3,6%. Das amostras sintomáticas coletadas no campo, 71,5% foram positivas a orthotospovirus. Resultados de sequenciamento de isolados selecionados destas amostras sintomáticas mostraram que 70,5% pertenciam à espécie GRSV e 29,5% à TCSV ao analisar a identidade dos segmentos L e S do mesmo isolado. No caso do segmento M destes mesmos isolados, o alinhamento de todas as sequências mostrou identidade com o acesso HQ644141.1 de orthotospovirus do GeneBank, que apresenta rearranjo de genoma. As espécies CSNV e TSWV não foram detectadas. Os resultados positivos para o crinivírus ToCV corresponderam a uma incidência baixa de apenas 5,0 %, de maneira que o presente trabalho não possibilitou avaliar o efeito do crinivírus na infecção com orthotospoviroses em cultivares que carregam o gene Sw-5, evidenciando, todavia, que a suscetibilidade ao GRSV e/ou ao TCSV das cultivares que carregam o gene Sw-5 não está necessariamente relacionada com coinfecções com o ToCV. Quando transmitidos por inoculação mecânica, isolados de GRSV e TCSV provenientes de plantas resistentes sintomáticas no campo manifestaram incidência de plantas infectadas semelhantes nos genótipos homozigóticos e heterozigóticos ao gene de resistência e no controle suscetível, demonstrando que condição Sw5/ Sw5 não se mostra vantajosa.