Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lima, Camila |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-27082021-094740/
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Resumo: |
Introdução: A injúria renal aguda (IRA) é uma complicação comum no pósoperatório de transplante hepático (TH) e está associada às altas taxas de morbidade e mortalidade. O objetivo deste manuscrito é analisar se a avaliação da função renal, em diferentes segmentos do néfron, permite a predição - no diagnóstico e na progressão da IRA - da necessidade de terapia renal substutiva (TRS) e da mortalidade. Métodos: Amostras de sangue e urina foram coletadas no perioperatório de TH em 100 pacientes elegíveis. Foi avaliado o nível de expressão dos biomarcadores (BM), de acordo com a função afetada no néfron: filtração (P CYS e PENK); injúria (IL-18, KIM-1, NGAL e U CYS); estresse (GSTpi e L-FABP); reabsorção glomerular (a-1M e U ALB); secreção tubular (FePCS, FeHA, FeNa e FeU), concentração (OSM); fibrose (TIMP-1 e MCP-1) e de reserva tubular (UMOD) parada de ciclo celular (lesão DNA). O diagnóstico da IRA foi baseado no critério do Kidney Disease International Global Outcomes (KDIGO) pela creatinine sérica. O KDIGO 1 foi subclassificado de acordo com o International Club of Ascites (ICA). Resultados: Dos 100 pacientes submetidos ao TH, 89 (89%) desenvolveram IRA, pelo critério KDIGO, na primeira semana após o TH. Os pacientes sem IRA e KDIGO 1-A 37 (37%) foram resumidos como o grupo sem IRA e IRA leve, enquanto os KDIGO 1-B, 2 e 3 63 (63%) foram categorizados como o grupo com IRA grave; 34 pacientes necessitaram de TRS na primeira semana e 21 morreram dentro de 60 dias após o TH. Houve aumento significativo do nível dos BM: PENK, KIM-1, UNGAL, PNGAL, IL-18, GST-pi, LFABP, a-1M, ALB, MCP-1 e TIMP-1 entre pré e pós-operatório. Na determinação da IRA grave, destacaram-se os BM PENK, UNGAL e IL-18 com AUC/OR no pré e pós operatório, respectivamente: PENK pré-0,69/ 4,40 pós-0,83/ 46,01; UNGAL pré-0,69/ 2,46 pós-0,70/ 2,74 e IL-18 pré-0,77/ 8,85 pós-0,80/ 4,80. Na análise de decisão da árvore de classificação e regressão (CART), a melhor variável para determinar IRA grave foi o PENK no pré e no pós-TH, com precisão de 69,7% no pré. O PENK, junto com OSM e TIMP-1, teve precisão de 81% no pós-TH. Na predição de TRS, os BM com resultados promissores no pré e no pós-operatório com AUC/OR, respectivamente, foram: UNGAL pré- 0,71/ 4,45 pós- 0,76/ 10,45, L-FABP pré - 0,29/ 1,15, pós- 0,66/ 5,01 e MCP-1 pré - 0,68/ 2,65, pós- 0,80/6,81. No pós-TH também destacaram-se os BM: PENK, PNGAL, GST-pi, FeU, OSM e lesão DNA. As variáveis de escolha na CART no pré-TH foram UNGAL e L-FABP, com precisão de 75,76%; no pós-TH, foi a OSM, com precisão de 83% para TRS. Na predição da mortalidade, os BM com resultados promissores no pré e no pós-operatório com AUC/OR, respectivamente, foram: UNGAL pré- 0,67/ 2,33 pós- 0,67/ 12,52 e MCP-1 pré- 0,69/ 1,29, pós- 0,80/ 25,53. O BM MCP-1 do pós-TH também foi escolhido, pela CART, como melhor BM para determinar não sobreviventes, com precisão de 83%. Conclusão: A análise dos BM por segmentos do néfron permite uma visão mais ampliada da função renal além da filtração, assim como a seleção dos melhores BM em destaque por função no rim. O PENK provou ser o melhor biomarcador de filtração; o UNGAL e a IL-18 os melhores BM de injúria; o L-FABP o melhor BM de estresse; a FeU o melhor BM de secreção; a OSM o melhor BM de concentração; enquanto o MCP-1 e o TIMP-1 os melhores BM de fibrose. Os BM: FeU e OSM estão disponíveis na prática clínica e seus resultados promissores apontam uma janela de utilização clínica. Os resultados do estudo pontuaram que alguns BM (PENK, UNGAL, IL-18, L-FABP e MCP-1) conseguiram predizer desfechos de gravidade de IRA, necessidade de TRS e mortalidade no período pré-operatório - e isto pode auxiliar o manejo dos pacientes, quando esses BM estiverem disponíveis na prática clínica |