Entre a espada e a coroa: abolicionistas em confrontos políticos no imediato pós-abolição (1888-1889)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Martins, Gabriela Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-02022018-113654/
Resumo: Esta tese investiga as performances de confronto político desempenhadas pelas associações abolicionistas após a promulgação da lei 3.353, que declarou extinta a escravidão no Brasil. O objetivo é entender o que se passa com um movimento social depois que sua principal reivindicação é atingida. Neste caso, trata-se de investigar se os principais atores do movimento abolicionista, a saber, as associações abolicionistas, continuaram em atividade e o que faziam após a abolição. A via metodológica escolhida para a investigação consistiu na quantificação da informação disponível na própria imprensa abolicionista. A pesquisa consistiu no levantamento e leitura de periódicos abolicionistas da província do Rio de Janeiro, publicados entre 13 de maio de 1888 (data da lei áurea) e 15 de novembro de 1889 (data da proclamação da república). A partir desta leitura dos jornais foi construído um banco de dados, com identificação das associações abolicionistas que permaneceram em atividade mesmo depois de atingida a sua principal demanda, bem como das suas performances políticas. A intenção desta tese é tripla: correlacionar performances encenadas no pós-abolição com as do pré-abolição para verificar se elas preservam o padrão de ativismo construído pelo movimento abolicionista; argumentar que as associações são uma ponte organizacional suspendida no tempo, permitindo a transmissão de padrões de performances de um período a outro, assim promovendo a ligação entre ciclos de ativismos; e por último, analisar as interações de confronto das associações com as instituições políticas, observando as aberturas e fechamentos institucionais a elas. A tese demonstra a continuidade do ativismo abolicionista no pós-abolição, identificando 10 associações, sendo a Confederação Abolicionista a matriz organizacional, atuantes no imediato pós-abolição no Rio de Janeiro num contexto adverso, no qual as instituições políticas se mostraram mais refratarias do que receptivas aos abolicionistas.