A semântica do tempo no discurso de reformistas ilustrados sobre as Américas Ibéricas (c.1750 c.1807)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ferraz Paulino, Mariana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06112020-172026/
Resumo: A presente dissertação consiste em um estudo acerca da semântica do tempo - isto é, de noções, concepções, representações, categorias e conceitos - mobilizada no e pelo discurso de reformistas ilustrados portugueses e espanhóis, tanto peninsulares como americanos, principalmente em escritos de cunho político e econômico que tratam de temas relativos às Américas Ibéricas entre c.1750 e c.1807. Fundamentada em pressupostos teórico-metodológicos oferecidos pela chamada história das linguagens políticas - considerando-se especialmente os aportes da História dos Conceitos promovida por Reinhart Koselleck -, este trabalho objetiva oferecer uma contribuição historiográfica pautada num estudo de ordem integrada no que diz respeito ao espaço de experiência colonial americano em relação à conjuntura global em que esses projetos de reforma se inseriram, partindo da identificação e análise de um vasto conjunto de palavras provenientes da transversalidade oblíqua do conceito de tempo tal como fora reivindicado em memórias, discursos, ensaios, reflexões, dissertações e cartas elaboradas no bojo do programa reformista ilustrado empreendido por Portugal e Espanha a partir da segunda metade do século XVIII até os primeiros anos do século XIX. Com isso, vislumbrou-se a obtenção de elementos fundamentais para a compreensão de algumas dimensões coincidentes dos reformismos ibéricos que dizem respeito às próprias formas de desenvolvimento das sociedades luso e hispano-americana de fins do Setecentos aos primeiros anos do Oitocentos, a fim de demonstrar que o exame do compartilhamento de uma experiência linguístico-conceitual comum aos dois Impérios consiste em uma profícua via de interpretação e compreensão, a partir da semântica do tempo, de alguns dos principais vetores de manifestação da experiência cognoscitiva da crise do sistema colonial tal como operara até o princípio do século XIX, da crise geral do Antigo Regime e do eflúvio da aceleração do tempo histórico quanto ao cenário ibero-americano.