Comparação randomizada de intervenções coronárias percutâneas guiadas por tomografia de coerência óptica versus ultrassom intravascular versus angiografia: Estudo randomizado iSIGHT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Queiroz, Daniel Silva Chamié de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-17122019-162717/
Resumo: Introdução: Por possibilitar melhor expansão dos stents e maiores áreas luminais finais, intervenção coronária percutânea (ICP) guiada por ultrassom intracoronário (USIC) associou-se com menor ocorrência de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) do que ICP guiada apenas por angiografia. Recentemente introduzida, a tomografia de coerência óptica (TCO) possui resolução 10 vezes maior do que o USIC; possui maior precisão em quantificar dimensões vasculares, melhores sensibilidade/especificidade para caracterizar o ateroma e aspectos de vulnerabilidade, e maior sensibilidade para avaliar a interação stent-vaso. Estudos iniciais, com uso subótimo da TCO, sugeriram que esta é inferior ao USIC para guia da ICP. Estudos randomizados, propondo protocolos dedicados para ICP guiada por TCO ainda são esparsos. Objetivos: Avaliar a não inferioridade da ICP guiada por TCO em comparação com a ICP guiada por USIC quanto a expansão dos stent ao final do procedimento. O objetivo secundário é avaliar o papel adicional da ICP com métodos de imagem invasivos em comparação com um protocolo bastante otimizado de ICP guiada por angiografia. Métodos: Pacientes com >= 1 lesão em >= 1 coronária com diâmetros entre 2,25 a 4,0 mm, foram randomizados 1:1:1, em blocos de 9, para ICP guiada por TCO, USIC ou angiografia. Desenvolvemos algoritmo específico para guia da ICP por TCO. Protocolos pré-definidos e otimizados para guia dos procedimentos com USIC e angiografia foram adotados. Todas as modalidades de imagem foram realizadas ao final dos procedimentos em todos os pacientes. Angiografias, USIC e TCO foram analisadas, de forma cega quanto ao grupo de randomização, em um laboratório de análise central. A margem de não inferioridade para a expansão dos stents na ICP guiada por TCO versus USIC foi estabelecida em 6,85%. Caso a não inferioridade fosse alcançada, testamos a superioridade da ICP guiada por TCO versus angiografia e da ICP guiada por USIC versus angiografia, para o mesmo desfecho. Resultados: Entre 2015 e 2016, randomizamos 151 pacientes para ICP guiada por TCO (n=51 pacientes; 51 lesões), USIC (n=51 pacientes, 51 lesões) e angiografia (n=49 pacientes, 53 lesões). A expansão dos stents foi 98,01 ± 16,14% nas ICP guiadas por TCO, 91,69 ± 15,75% nas guiadas por USIC e 90,53 ± 14,84% nas guiadas por angiografia (p=0,035). A expansão dos stents sob guia da TCO foi não inferior à obtida com USIC (diferença TCO - USIC: 7,00; IC 95% unicaudal: -0,39, p<0,001), e superior à obtida pela angiografia (p=0,024). Não houve diferença significativa entre as expansões obtidas por USIC e angiografia (p=0,921). Dissecção de bordas (TCO: 15,7% vs. USIC: 11,7% vs. angiografia: 18,9%, p=0,623), e complicações periprocedimento foram semelhantes entre os grupos. Ocorrência de ECAM no seguimento de 2,5 anos foi baixa e semelhante entre os grupos (TCO: 7,8% vs. USIC: 4,0% vs. angiografia: 6,1%, p=0,772). Conclusões: Utilizando-se um protocolo dedicado para guia do procedimento com TCO, a expansão dos stents foi não inferior à obtida com USIC, e superior à obtida com guia otimizado por angiografia, sem aumento de complicações periprocedimento. O impacto clínico destes achados deve ser investigado em estudos adequadamente desenhados.