Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Murillo, Aline Lopes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-15082023-121244/
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Resumo: |
Esta tese examina práticas de pessoas que souberam, na idade adulta, serem filhas de militantes desaparecidos e de terem sido sequestradas por motivos políticos durante a Ditadura argentina (1976-1983) quando eram bebês. Essas pessoas foram criadas por militares, por aliados da Ditadura ou por casais que não estavam envolvidos com a repressão política; seus nomes, sobrenomes, filiação, datas e locais de nascimento foram adulterados nas certidões de nascimento, prática que ficou conhecida como plan sistemático de apropiación de menores. Se para eliminar a oposição política, a Ditadura obliterou identidades pessoais, anulou vínculos de parentesco e silenciou discursos contrários, a resistência surge como seu espelho: são o sangue, o nome e os relatos os principais meios para trazer à tona o passado ocultado à vida presente. Ao conhecerem as suas origens por meio do trabalho da associação civil Abuelas de Plaza de Mayo, os chamados nietos e nietas restituidos se perceberam como parte de um mundo devastado pela repressão estatal da década de 1970. Esta tese analisa um corpus variado (entrevistas, biografias, documentários, jornais, revistas e programas de televisão); colocando esses materiais em relação, objetiva-se entender modos como o conhecimento da origem biológica, nome e lembranças são acionados e participam das artes de (re)constituir identidades pessoais, (re)criar parentesco e (re)alimentar memórias. Como pessoas que elaboram e difundem histórias pessoais, familiares e do país, nietos e nietas mobilizam uma pluralidade de ideias sobre o regime militar. Além disso, e tão somente porque sofreram a apropiación de menores, situam em si e convidam (até requerem) a produção de memórias e ideias, constituindo-se, assim - tal como sustento nesta tese - como \"pessoas memoriais\". |