Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1989 |
Autor(a) principal: |
Cesar-Mendes, Julio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-11062015-102051/
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Resumo: |
Os garimpos de esmeraldas de Santa Teresinha de Goiás estão situados no centro-oeste goiano, aproximadamente a 23 Km a nordeste da cidade de Santa Terezinha de Goiás. Regionalmente, nesses garimpos dintinguem-se três conjuntos tectônicos distintos: 1) uma seqüência de rochas de baixo grau metamórfico constituída de clorita xistos, talco xistos e biotita xistos, portadora da mineralização esmeraldífera; 2) uma associação gnáissico-anfibolítica a SE; 3) um conjunto granito-gnáissico cortado por um batólito granítico a NW. Através dos trabalhos de mapeamento geológico na área legal de garimpagem inserida no contexto regional anteriormente descrito, detectou-se a existência de dois conjuntos litológicos distintos, representados pelo complexo granito gnáissico e pela Seqüência Santa Terezinha, composta pelas litologias referidas. As descrições petrográficas referentes ao perfil de um poço de 117 m de profundidade revelaram que as rochas mineralizadas em esmeraldas são representadas por quartzo-carbonato-talco xistos (1) e biotita/flogopita xistos, ao passo que as rochas isentas de esmeraldas são compostas por biotita/flogopita-carbonato xistos (2), moscovita-clorita-carbonato-quartzo xistos e blastomilonitos. Essas litologias pertencem às rochas de baixo grau de Seqüência Santa Terezinha. Nas rochas pertencentes aos níveis mineralizados, a turmalina, o berilo (esmeralda) e os carbonatos exibem biaxialidade anômala, sugerindo que as encaixantes da esmeralda foram submetidas a esforços tectônicos após a formação da esmeralda. As esmeraldas de Santa Terezinha de Goiás caracterizam-se principalmente pela sua cor verde-intensa, por índices de refração com valores de \'n IND. \'delta\'\'= 1,580 - 1,597, \'n IND. \'ômega\'\'=1,586 - 1,599, birrefrigerância entre 0,001 e por uma densidade relativa variando de 2,673 a 1,774 com valores médios de 2,711. Análises de microssonda eletrônica nessas esmeraldas revelaram que entre os ) óxidos principais, o Si \'O IND. 2\' varia de 62,33 a 65,30%, o \'Al IND. 2\'\'O IND. 3\'de 12,05 a 13,13%, o MgO de 2,48 a 2,77% e o \'Na IND. 2\'O de 1,31 a 2,91% em peso, sendo que o BeO foi tomado como valor constante igual a 12,5%. Com relação aos cromóforos Cr e Fe, essas mesmas análises revelaram que nas esmeraldas há um teor de \'Cr IND. 2\'\'O IND. 3\' variando entre 0,08 e 1,34% havendo uma relação entre o aumento da cor e o número desse cromóforo. Por sua vez, o teor de FeO varia entre 1,23 e 2,60% em peso, havendo correlação com o aumento da intensidade de cor. Estudos ópticos, de difração de raios X e de microssonda eletrônica revelaram que a esmeralda de Santa Terezinha de Goiás contém uma grande variedade de inclusões cristalinas, destacando-se por ordem de abundância, a cromita, os carbonatos (dolomita e magnetita), o talco, a flogopita, a pirita, a patronita, o quartzo, a barita, o berilo e a ferropargasita. A cromita aparece em duas gerações composicionais distintas, as quais apresentam 2,0 e 10,0% de \'Al ind. 2\'\'O IND. 3\', respectivamente. Os carbonatos (dolomita e magnetita) exibem zoneamento químico com núcleos contendo aproximadamente 1,6% de FeO e bordas com 8,5% de FeO. As inclusões fluidas constituem uma feição notável dessa esmeralda, especialmente quando observadas sob aumentos maiores, podendo-se afirmar que estão presentes praticamente em todos os espécimes estudados. Essas inclusões possuem uma, duas ou três fases distintas, mostrando uma grande variedade de formas e uma certa variação nos conteúdos presentes nas cavidades. Com base nos dados obtidos nos trabalhos de campo e de laboratório, foi possível compreender alguns dos inúmeros problemas inerentes à gênese da jazida de Santa Terezinha de Goiás. Entretanto permanece ainda como uma questão controvertida a fonte do berilo nessa jazida, havendo possibilidade da mesma não ser pegmatítica, como na maioria dos depósitos ) brasileiros e estrangeiros. Tudo indica que ela pode estar relacionada a uma remobilização durante o metamorfismo de alto grau que afetou a região durante o Proterozóico Médio no Ciclo Uruaçuano. A referida fonte pode estar também ligada a soluções provenientes do granito São José do Alegre, localizada a 5 Km dos garimpos, ou ainda a derrames ácidos ligados à Seqüência Greenstone Belt de Crixás-Guarinos-Hidrolina-Pilar de Goiás. Os elementos cromóforos são derivados de rochas metaultramáficas do tipo talco xistos e biotititos existentes nos garimpos. Comrelação aos controles dos depósitos, dois fatores básicos controlaram a mineralização de esmeralda em Santa Terezinha de Goiás: um de caráter estrutural e o outro de caráter litológico. o controle estrutural é representado por dobras em monoclinais, sendo o controle litológico, por sua vez, representado por camadas de talco xistos e lentes de biotititos. Os garimpos de Santa Terezinha de Goiás constituem a mais importante área de produção de esmeralda na atualidade, suplantando a produção das minas famosas de Muzo, Cosquez e Chivor, na Colômbia. Apesar das dificuldades de controle da produção, cálculos efetuados na boca da mina indicam que o montante de esmeralda garimpado representa um valor aproximado de 2 bilhões de dólares/ano. |