O ativismo de mulheres negras e a política de promoção da igualdade de gênero e raça em Santo André (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Fernando Luiz Monteiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-31102013-121716/
Resumo: A análise desta tese foi centrada na relação entre raça e política, e considerou como seu objeto o ativismo feminista e de mulheres negras na criação da política de promoção de gênero e raça no município de Santo André, governado pelo PT, durante os anos de 1989 a 2005 O percurso da análise procurou responder em primeiro lugar à questão: por que, após a Conferência Durban em 2001, quando a questão racial ganhou destaque e reconhecimento nacional, o PT, ao conquistar a Presidência da República, criou um órgão, com status de ministério, para desenvolver a política de promoção da igualdade racial? Em segundo lugar, dentre os governos administrados pelo PT, em que medida a experiência de Santo André e a profissionalização política de ativistas negros foram relevantes na definição do modelo de política racial adotado em nível nacional? O desenvolvimento da tese compreendeu a análise da bibliografia sobre raça e política, dos documentos e relatos das ativistas feministas e de mulheres negras para confirmar, primeiro, que a confluência histórica entre a organização política da esquerda, o feminismo e o ativismo negro permitiu na região do grande ABC, em especial em Santo André, a emergência de uma experiência de política racial; em seguida, demonstrar que o alinhamento político do ativismo feminista e negro com a tendência hegemônica no PT foi uma potente estratégia para conquista de poder, cujos efeitos foram a mobilidade das ativistas, a sua institucionalização, a implementação da agenda racial e o fortalecimento eleitoral do PT. A tese conclui que o processo de redemocratização brasileira possibilitou a institucionalização dos ativistas dos movimentos sociais negros por meio da política de promoção da igualdade racial. No entanto, o posicionamento da temática racial no partido e em Santo André correspondeu não apenas ao ciclo organizacional do ativismo negro, mas também à estrutura de oportunidades políticas e restrições e à relevância dada à questão racial, configuradas na permeabilidade da estrutura partidária e do governo, especialmente nos períodos eleitorais.