Estudo sobre a coexpressão do receptor de leptina e neuropeptídios no núcleo arqueado do hipotálamo. Correlação entre senescência e ovariectomia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Zanardi, Izabela Mara da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42138/tde-16022022-094941/
Resumo: A senescência é um processo biológico que provoca disfunções hormonais e fisiológicas bem estabelecidas nos mamíferos. Na mulher as consequências da senescência levam, inclusive, à perda da qualidade de vida. Assim sendo, muito trabalhos investigaram as consequências da diminuição dos esteroides sexuais circulantes em fêmeas, utilizando animais ovariectomizados como modelo experimental. Por outro lado, há trabalhos que questionam se a ovariectomia seria um modelo representativo do envelhecimento. Estudos demonstraram que a remoção dos ovários provoca ganho de peso significativo, aumento da leptina sérica e aumento do RNAm que codifica a expressão do receptor de leptina (LepR), dentre outros genes, no hipotálamo de fêmeas. Porém, ainda não há na literatura dados comparando se efeitos semelhantes são observados devido a senescência. O núcleo arqueado do hipotálamo (ARH), particularmente, contém diferentes populações neuronais que expressam o LepR e são responsáveis pela regulação do balanço energético e modulação de aspectos reprodutivos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi comparar parâmetros fisiológicos e morfológicos encontrados em fêmeas controle (adultas jovens, média de 12 semanas de vida), fêmeas idosas (média de 78 semanas de vida) e fêmeas submetidas à ovariectomia (OVX, média de 16 dias de vida), tais como ciclo estral, peso corporal, peso uterino e quantificação de neurônios no ARH. Para a realização desse estudo, os animais foram submetidos à perfusão transcardíaca para coleta e processamento dos encéfalos e, coleta dos úteros para avaliação do peso. Séries representativas dos cortes encefálicos foram submetidos a técnica de imunoistoquímica para detecção de peptídeos relacionados à modulação do balanço energético e reprodução (α-MSH, βendorfina e kisspeptinas) e sua coexpressão com LepR no ARH. Na avaliação dos resultados observamos que não houve variação significativa no número de neurônios que expressam o LepR entre os grupos experimentais. Fêmeas idosas apresentaram ciclo estral irregular, além de aumento significativo de peso uterino em comparação a fêmeas controle (adultas jovens). Em fêmeas idosas, o número de neurônios que expressavam α-MSH, βendorfina ou kisspeptinas foi similar ao encontrado no grupo controle. O percentual de células que coexpressavam o LepR e cada peptídeo mencionado foi semelhante entre fêmeas idosas e fêmeas do grupo controle. Em contrapartida, fêmeas OVX não apresentaram ciclo estral e tiveram diminuição significativa do peso uterino. O procedimento de remoção dos ovários, induziu aumento do número de neurônios que expressam as kisspeptinas e o gene Kiss1, em comparação ao grupo controle. Além disso, fêmeas OVX apresentaram diminuição do percentual de neurônios que coexpressavam βendorfina e LepR na porção rostral do ARH, e aumento expressivo do percentual de neurônios que coexpressavam kisspeptinas e o LepR, nos níveis rostrais e caudais do ARH. Nossos achados evidenciam que a senescência e ovariectomia representam modelos fisiológicos distintos, sugerindo assim, que há diferenças importantes que precisam ser consideradas na escolha de um ou outro modelo experimental, ao menos em estudos que se referem à avaliação do ARH.